Pelo oitavo mês seguido, os brasileiros sacaram mais recursos do que depositaram na caderneta de poupança. As retiradas da aplicação mais popular do país superaram os depósitos em R$ 48,2 bilhões nos oito primeiros meses de 2016.
Apesar de um rombo parecido com o registrado no ano passado, a fuga de recursos desacelerou. Há três meses, a saída líquida de dinheiro é menor que a do mesmo mês de 2015. A possibilidade de queda de juros e reativação da atividade podem voltar a tornar a poupança atrativa.
Segundo os dados divulgados nesta terça-feira (6) pelo Banco Central, os saques diminuíram 0,6% de janeiro a agosto. Isso porque desde junho, a fuga perdeu fôlego com quedas que vão de 40% a 55% dos resgates líquidos.
Em agosto, por exemplo, os saques da poupança superaram os depósitos em R$ 4,5 bilhões. No mesmo mês do ano passado, a sangria foi de R$ 7,5 bilhões.
Desde o início do ano passado, os saques são recorrentes. A caderneta de poupança manteve-se no vermelho todos os meses com exceção de dezembro do ano passado, quando os aportes aumentaram por causa do 13º salário.
Desvalorização
Com a queda da renda do trabalhador por causa da inflação – que corrói o salário – faltam recursos para poupar. Outro fenômeno ainda contribuiu para a essa saída: o desemprego. Famílias com chefes desempregados são obrigadas a recorrer às economias para fazer frente às despesas do dia a dia.
Quem tem dinheiro para aplicar ignora a poupança, que pede da inflação e busca rendimentos maiores em fundos de investimentos. Isso também contribuiu para o encolhimento da caderneta de poupança.
No entanto, a possibilidade de retomada do crescimento com corte de juros deve alterar esse quadro. Com a queda da Selic, os fundos de investimento ficam menos vantajosos porque pagam menos. A tendência é que haja uma volta para a aplicação popular onde não há cobrança de taxa de administração.
Atualmente, os brasileiros têm R$ 641,1 bilhões na aplicação. Esse valor já chegou a R$ 662,7 bilhões no fim de 2014.
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