Impulsionada pela emissão de títulos públicos para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a dívida pública federal, que é composta pelo endividamento interno e externo, subiu 3,33% em junho deste ano, para R$ 1,43 trilhão, informou nesta quinta-feira (23) a Secretaria do Tesouro Nacional. Em maio, a dívida estava em R$ 1,38 trilhão.
Plano anual e BNDES
A expectativa do Tesouro, segundo o Plano Anual de Financiamento (PAF) divulgado no início deste ano, é que a dívida pública fique entre R$ 1,45 trilhão e R$ 1,6 trilhão no fim de 2009. Nessa estimativa, consta a proposta de capitalizaçao de R$ 100 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A primeira parcela de capitalização, de R$ 13 bilhões, foi feita em março e, nesta quinta-feira, o Tesouro Nacional informou que foram emitidos mais R$ 26 bilhões em títulos públicos, em junho, com igual impacto de crescimento na dívida pública, para o banco público de fomento.
"Até o momento, R$ 39 bilhões em títulos já foram emitidos para o BNDES. Ainda há espaço para emissões suplementares", disse o coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido. Segundo ele, há uma "negociação" com o BNDES para definir as datas, e volumes, de recursos a serem repassados pelo Tesouro Nacional. Ele não informou quando serão feitas novas emissões de títulos para capitalizar o banco de fomento.
Dívidas interna e externa
De acordo com a instituição, a dívida interna avançou 3,74% no mês passado, para R$ 1,32 trilhão, contra R$ 1,27 trilhão em maio. A elevação da dívida interna de maio para junho se deve à emissão líquida (acima dos resgates) de R$ 35 bilhões (sendo R$ 26 bilhões para a captalização do BNDES), além da despesa com juros de R$ 11,5 bilhões.
Ao mesmo tempo, a dívida externa teve queda de 1,17% em junho, para R$ 112,7 bilhões, contra R$ 114 bilhões em maio deste ano. O Tesouro Nacional informou que o recuo da dívida externa no último mês se deve à valorização do real frente às demais moedas.
Composição da dívida
Em junho deste ano, a dívida pública interna atrelada à variação da taxa básica de juros, a Selic - após a contabilização dos contratos de swap emitidos pelo Banco Central - caiu para R$ 498 bilhões (ou 37,7% do total). Em maio, o patamar da dívida pós-fixada estava em R$ 500 bilhões, ou 39,2% do total.
Com o processo de queda dos juros, o mercado tem demandado mais títulos com correção prefixada, isto é, determinada no momento do leilão. Em junho, a dívida prefixada subiu para R$ 419,5 bilhões (ou 31,7% do total), contra R$ 380 bilhões, ou 29,8% do total, em maio deste ano.
Já a parcela da dívida atrelada à índices de preços (inflação) somou R$ 372 bilhões em junho, ou 28,15% de toda dívida, contra R$ 362 bilhões, ou 28,4% do total, em maio deste ano.