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Com fim do desconto, energia elétrica sobe 15%

Sede da Copel, em Curitiba: estatal deixava claro que cálculo de redução poderia ser reduzido ou suspenso a qualquer momento | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Sede da Copel, em Curitiba: estatal deixava claro que cálculo de redução poderia ser reduzido ou suspenso a qualquer momento (Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo)
Conta de luz das residências pode subir 15% de uma só vez. Confira |

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Conta de luz das residências pode subir 15% de uma só vez. Confira

A conta de luz das residências do Paraná pode ficar 15% mais cara. É o que vai ocorrer se a Companhia Paranaense de Energia (Copel) mantiver sua decisão de eliminar os descontos que vem concedendo desde junho de 2009 e aplicar o reajuste autorizado no mês passado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Se confirmado, o aumento deve aparecer nas faturas de agosto, relativas à eletricidade consumida neste mês de julho. No entanto, existe a possibilidade de que a assembleia geral extraordinária de acionistas da empresa, marcada para a tarde de hoje, analise a questão tarifária, eventualmente instituindo uma nova política de descontos. Contatada pela Gazeta do Povo, a Copel não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta edição.Desde 22 de junho, quando a Aneel autorizou um reajuste médio de 2,46% (3,65% no caso da classe residencial), a estatal paranaense vem afirmando que a decisão de aplicá-lo ou não caberia ao governo estadual, acionista controlador da empresa. Aparentemente, o governador Orlando Pessuti não apenas autorizou a companhia a repassar tal aumento aos consumidores, como também aprovou a aplicação do reajuste médio de 12,98% (11,03%, no caso das residências) que vinha sendo "represado" desde junho de 2009.

Naquela ocasião, o então governador Roberto Requião determinou que o aumento fosse "anulado" por meio de desconto concedido a quem pagasse a conta de luz em dia. Requião argumentava que os consumidores não poderiam arcar com aumento tão forte em plena crise econômica. Com a medida, o custo da eletricidade residencial teve deflação de 0,61% na região metropolitana de Curitiba nos últimos 12 meses, segundo a metodologia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A deflação no Paraná contrasta com o salto de 5,46% verificado nesse período em todo o país.

Embora tenha deixado claro que o desconto poderia ser reduzido ou suspenso a qualquer momento, a Copel o manteve intacto até a semana passada. Foi quando a estatal informou ao mercado que "está praticando as tarifas constantes da Resolução Aneel n.º 1.015, de 22 de junho de 2010", e que uma "eventual aplicação de nova política de descontos tarifários deverá ser objeto de deliberação do Conselho de Administração e da Assembléia Geral de Acionistas". Aplicar as tarifas da Resolução 1.015 significa cobrar R$ 300 por megawatt-hora (MWh) consumido nas residências. Esse valor é 3,65% superior à tarifa vigente a partir de junho de 2009, de R$ 289,43 por MWh – que, por sua vez, era 11,03% mais alta que a estipulada em junho de 2008 (R$ 260,67).

Em outras palavras, mesmo os consumidores que pagam suas contas em dia passam a pagar, de uma só vez, os aumentos autorizados pela Aneel em 2009 e 2010 – que, juntos, terão impacto de 15,09% na conta de luz. A interpretação de que, ao menos por ora, os descontos acabaram é reforçada pela frase seguinte do comunicado, segundo a qual uma "eventual" nova política de descontos será debatida por conselheiros e acionistas da empresa.

Foi com base na percepção de que os descontos chegaram ao fim que as ações preferenciais da Copel lideraram os ganhos da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) na semana passada, com alta de quase 5%. Desde então, elas oscilaram um pouco, mas permanecem acima da cotação anterior ao comunicado. Como o comunicado da empresa não é dos mais enfáticos e dá margem a interpretações que até agora não foram confirmadas nem desmentidas, analistas se dividem entre o otimismo e a cautela. Mas, de modo geral, a percepção dos investidores em relação à Copel ficou mais positiva – o fim dos descontos tende a melhorar a rentabilidade da empresa e, consequentemente, o tamanho dos dividendos.

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