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Com “forcinha”, mínimo ficará em R$ 724

A presidente Dilma Rousseff confirmou, ontem, que o novo salário mínimo, vigente a partir de 1.º de janeiro de 2014, ficará entre R$ 722 e R$ 724, o que representará uma alta de 6,5% a 6,78% sobre os R$ 678 atuais. "A regra da correção do salário mínimo depende do fechamento do PIB (Produto Interno Bruto) e da inflação, mas dá para sabermos que ficará entre R$ 722 e R$ 724. Se tivermos perto de R$ 724 arredondamos para cima, damos uma força", disse.

O reajuste do salário mínimo é feito com base na fórmula que leva em conta a variação do PIB de dois anos anteriores mais a inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O valor final é definido por decreto da Presidência. Em 2013, o salário mínimo teve aumento real de 2,7% e em 2012, de 7,6%.

"O pessoal pode ficar satisfeito antecipadamente", completou a presidente, em entrevista para emissoras de rádio de Pernambuco. A presidente anunciou ainda que boa parte da desoneração da folha de pagamento, até então provisória, será "permanente".

Impacto

Segundo o economista e professor da USP de Ribeirão Preto Luciano Nakabashi, o aumento previsto para o mínimo em 2014 não está muito além da inflação. Para ele, isso significa que o novo valor não deve pressionar muito a alta dos preços no país. "O que estava pressionando a inflação e, sobretudo, as contas do governo, eram os reajustes [salariais reais] muito acima da inflação." Ele pondera, apenas, que o aumento do mínimo, por menor que seja, pesará sobre os gastos previdenciários. "O pior é que o salário mínimo não é tão importante para reduzir a pobreza no Brasil, pois, em primeiro lugar, os trabalhadores que ganham salário mínimo não estão entre as famílias mais pobres. Em segundo lugar, elevar o salário mínimo sem ganhos de produtividade somente pressiona os custos das empresas e jogam trabalhadores pouco qualificados para a informalidade. Melhoras salariais precisam estar baseadas em aumento de produtividade, onde melhor nível de escolaridade dos trabalhadores é um elemento crucial para isso."

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