Os vigilantes de Curitiba prometem iniciar uma paralisação por tempo indeterminado a partir hoje, o que deve afetar o funcionamento de agências da capital e da região metropolitana. A categoria afirma que os empresários se recusam a conceder o reajuste da inflação ao piso da classe e pede também o pagamento de um adicional de periculosidade de 30%, previsto em uma lei que vigora desde o ano passado, mas que ainda não possui regulamentação.
O Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana alega que as negociações estão paralisadas. Assim como na parada de um dia feita em 14 de janeiro, a ideia dos vigilantes é dividir os adeptos da greve e sair pela cidade para convencer os membros da categoria que estiverem em seus postos de trabalho. A concentração da categoria acontece a partir das 6 horas, na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba.
A greve dos vigilantes atinge com maior força os bancos devido a uma exigência legal que prevê que os estabelecimentos não podem abrir sem vigilantes. No caso de haver um longo período de greve, além do atendimento interno, o abastecimento de caixas eletrônicos também fica prejudicado e interrompe até mesmo a movimentação bancária pelos postos de atendimento automático.
Impasse
No último dia 10 de dezembro, foi publicada em Diário Oficial a sanção da Lei Federal 12.740 de 2012, que prevê que as empresas precisam pagar 30% além do salário para compensar os riscos envolvidos na profissão.
No Paraná, as empresas já fazem um pagamento de 15,5% além dos salários. Para cumprir a nova lei, elas precisam fazer um incremento no bônus, para chegar aos 30% obrigatórios. O piso salarial dos vigilantes paranaenses é de R$ 1.140. O adicional de periculosidade ficaria, com a nova lei, em torno de R$ 340.
Segundo o sindicato dos vigilantes, a quitação do novo benefício deveria ter sido feito pela primeira vez neste início de janeiro, o que não ocorreu. O sindicato patronal relata, porém, que a simples sanção da lei não é suficiente para garantir o pagamento do benefício, e que uma regulamentação precisaria ser feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp-PR) negou que as negociações não tenham sido interrompidas. A Fenaban, que representa os bancos, não se manifestou.