Vídeo| Foto: Reprodução RPC TV

São Paulo – A realização de lucros que começou discreta na terça-feira ganhou força ontem e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão com fortes perdas. Os investidores deram uma pausa na recuperação acelerada das ações, liquidando alguns dos papéis mais negociados no pregão.

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Somente as ações da Companhia Vale do Rio Doce movimentaram perto de R$ 2 bilhões no pregão de ontem. Os ativos da gigante brasileira do ferro vinham de uma sequência acumulada de altas. Somente em setembro, esses papéis haviam valorizado 34%, sendo que, nos nove primeiros meses do ano, dobraram de preço.

Como a ação mais operada do mercado, a Vale era um alvo preferencial num dia de realização de lucros (venda de papéis muito valorizados no curto prazo). A ação preferencial, que movimentou R$ 1,48 bilhão, despencou 7,7%, sendo cotada a R$ 50,50. A ação ordinária, com giro de R$ 389 milhões, desvalorizou 7,5%, a R$ 60,10. O Ibovespa, principal indicador da Bovespa, recuou 3,09%, aos 60.098 pontos, com um alto volume financeiro: R$ 8,33 bilhões, quase o dobro da média diária do ano, de R$ 4,4 bilhões. O dólar comercial foi negociado a R$ 1,840, em alta de 0,82%.

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"Essa queda foi concentrada em uns poucos papéis, como Petrobras e Vale do Rio Doce. No caso da Vale, o banco JP Morgan rebaixou a recomendação para as ações, dizendo que, apesar da perspectiva de reajuste do minério de ferro, as ações já subiram muito", afirma Igor Ribeiro, profissional da Tática Asset Management.

Em relatório, o JP Morgan cortou a recomendação de "over-weight" (acima da média do mercado) para "neutra". O banco avaliou que as ações tiveram um desempenho "simplesmente extraordinário" no último mês e que, dado esse comportamento recente, "as cotações da Vale já refletem a perspectiva favorável da companhia".

"A Vale foi responsável por 60% da alta [do Ibovespa] do mês passado. Estava muito ‘esticada"’, comentou Luiz Gustavo Medina, sócio-diretor da m2 Investimentos.

A variação nos papéis da Vale chama a atenção não só pelo peso na formação do Ibovespa, mas porque afeta o pequeno investidor que transferiu parte do FGTS para a compra destas ações.

Ferrovia

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A Vale do Rio Doce arrematou ontem em leilão a subconcessão do trecho da Ferrovia Norte-Sul entre Açailândia (MA) e Palmas (TO). O lance foi de R$ 1,478 bilhão. Com o negócio, a empresa vai administrar, por 30 anos, 720 quilômetros da ferrovia. Dessa extensão, a Vale já operava, desde 1996, 225 quilômetros, entre Açailândia e Estreito, no estado do Maranhão.