A economia paranaense deve crescer acima da média nacional neste ano. A previsão do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) é que o Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná terá uma expansão de 4,1%, contra os 3% previstos para todo o país pelo Banco Central. A indústria, principalmente a de veículos automotores, puxa o crescimento estadual, que poderia até ser maior se não fossem as deficiências na infraestrutura.
De janeiro a outubro de 2011, a produção industrial paranaense cresceu 5,2%, bem acima da média nacional (0,7%). No Rio Grande do Sul, a alta foi de apenas 2,4% e, em Santa Catarina, houve retração de 4,4%. No Paraná, o destaque ficou para os segmentos de veículos automotores, aparelhos e materiais elétricos e refino de petróleo e álcool. "O bom resultado reflete ainda o aumento nas vendas industriais e na folha de pagamento na indústria. Em ambos os casos, o crescimento no Paraná ficou acima da média nacional", diz Julio Suzuki, diretor de pesquisa do Ipardes.
Por outro lado, a produção agrícola do estado teve retração de 3%, com queda no cultivo de trigo, aveia e café, devido a problemas climáticos. "As geadas no inverno prejudicaram a produção, tanto para a aveia quanto para o café, cujo cultivo é bianual. Alguns grãos, porém, tiveram bons resultados, apesar do esgotamento das fronteiras agrícolas no estado", diz Suzuki. A produção de soja fecha 2011 em 15,4 milhões de toneladas, quase 10% superior ao volume colhido em 2010.
Com base nesses dados, o diretor-presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lourenço, afirma que o Paraná vive uma inversão de tendências. Ele lembra que entre 2003 e 2010, a média anual de crescimento da economia paranaense foi de 3,6%, contra 4% da economia brasileira. "Agora o Paraná está crescendo mais que o Brasil, mostrando uma tendência que reflete o estímulo da articulação entre o setor público e privado. Está se investindo mais no estado e, com desaceleração ou não, há agora uma capacidade maior da economia", diz Lourenço.
Segundo o Ipardes, os investimentos anunciados para o estado neste ano somam R$ 8 bilhões, nos setores de veículos e autopeças, eletroeletrônica, embalagens e telecomunicações, entre outros. Entretanto, Lourenço reconhece que a carteira de investimentos do Paraná poderia ser maior não fossem os gargalos de infraestrutura, em especial a de transportes. "Se essas questões estivessem redondinhas, a carteira de investimentos seria maior", avalia.
A mesma regra valeria para o crescimento do PIB paranaense, que, mesmo crescendo mais que a média nacional, poderia ter um incremento ainda maior. "Hoje há uma mudança de postura do setor público, que dialoga com a iniciativa privada. Essa mudança, aliada a alguns fatos concretos, como os investimentos das concessionárias nas rodovias, sinalizam que no médio prazo o Paraná retoma sua competitividade e pode crescer perto de 5% ao ano", diz o diretor-presidente do Ipardes, que é subordinado ao governo estadual.
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