Os principais indicadores da bolsa de Nova York tiveram mais um pregão de perdas nesta segunda-feira (23), recuando para seus menores níveis desde 1997.
As perdas refletiram a tensão do mercado com a incerteza sobre detalhes do plano do governo para ajudar os bancos e rumores sobre a nacionalização das instituições financeiras.
Para completar o quadro, os investidores se desanimaram com a perspectiva de que os esforços do governo possam não ser suficiente para evitar o aprofundamento da recessão.
Indicadores
Ao final das negociações, o índice industrial Dow Jones teve recuo de 3,41%, para 7.114 pontos, perdendo 250 pontos e atingindo o patamar mais baixo desde maio de 1997.
Já o indicador ampliado S&P 500 caiu 3,47%, aos 743 pontos, pontuação mais reduzida desde abril do mesmo ano. Já a bolsa tecnológica Nasdaq fechou com perdas de 3,71%.
"(A queda) é um voto de 'não' do mercado ao que estamos tendo de Washington", disse Hank Smith, chefe de investimentos do Haverford Trust Co, sobre a notícia do Citigroup.
Somando-se ao mau humor, a rede CNBC informou que a seguradora American International Group (AIG) pode ter que pedir falência se o governo não der mais recursos. Segundo fontes, as partes estão em conversações sobre isso.
Rumores
O nervosismo do mercado veio após os reguladores do sistema bancário do país prometerem injetar nos bancos novos recursos, se necessário, e garantir a viabilidade das principais instituições por intermédio de um programa que será lançado na quarta-feira. No entanto, a avaliação do mercado é que não houve detalhes suficientes sobre a forma de atuação do governo, o que gerou incerteza.
Além disso, mesmo com a insistência das autoridades que não haverá nacionalização dos bancos, o mercado operou saturado com rumores sobre uma iminente ação do governo.
Os boatos se iniciaram com a publicação de uma reportagem "no Wall Street Journal", segundo a qual o governo dos Estados Unidos negocia uma maior participação no Citigroup. O jornal disse que os contribuintes podem acabar com 40% do banco.
Rombo pela metade
Nem mesmo a promessa do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de reduzir à metade o déficit fiscal do país - atualmente em US$ 1,3 trilhão - conseguiu animar os investidores.
Obama disse que é hora de ter uma "conversa franca" sobre o problema fiscal do país e afirmou que pretende cortar em 50% o rombo até o fim de seu mandato, em 2013.
Obama falou no começo de um encontro sobre de responsabilidade fiscal na Casa Branca, da qual participam cerca de 130 pessoas, e que tem como objetivo determinar o que fazer contra o crescente déficit fiscal do país a médio e longo prazo.