Confira a trajetória de taxas e spread nos últimos meses| Foto:

Dicas

Algumas sugestões de especialistas para lidar com a tentação de fazer compras financiadas.

1.Poupar é sempre melhor. Na prática, tomar dinheiro emprestado – e é isso que fazemos quando parcelamos uma compra – sempre vai custar caro. "Guardar dinheiro para pagar à vista é mais vantajoso em qualquer situação", diz Jackson Peters, professor do Estação Business School.

2.Pesquise. A crise financeira fez com que alguns produtos encalhassem, e para estes o comércio e a indústria estão dando bons descontos. "Certos produtos, como carros de luxo, estão hoje com preços mais baixos do que há um ano. Em alguns casos, mesmo embutindo o custo do financiamento o preço final acaba sendo compensador", observa o consultor em planejamento financeiro Friedbert Kroeger.

3.Espere. Se as condições para a compra não forem vantajosas, tente adiar a compra. "As taxas de juros ao consumidor devem cair, e então o consumidor terá um poder de compra maior", sustenta Samir Bazzi, professor do FAE Centro Universitário.

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Quem está pensando em adquirir um automóvel, um produto eletrônico ou outro bem de alto preço está diante de um impasse. Aproveita as vantagens oferecidas no comércio – que incluem descontos e em alguns casos, como o de automóveis, material de construção e eletrodomésticos da linha branca, também a redução de impostos – e faz um financiamento ou deixa para depois? Os juros para o consumidor, que agora estão em alta, vão cair?

Consultores em finanças pessoais e economistas concordam em uma coisa: é bem provável que os juros pagos pelas pessoas físicas voltem a cair nos próximos meses. Por esse ponto de vista, a melhor alternativa seria mesmo esperar – a não ser, é claro, que o consumidor esteja diante de uma grande oportunidade, daquelas de que vai se arrepender caso não aproveite. Sendo assim, o melhor seria deixar a compra para depois.

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"São poucas as compras que a gente não pode adiar", observa o professor Jackson Peters, da Estação Business School. Mesmo um casal que está programando seu casamento e mobiliando a casa pode, exemplifica, pode optar por fazê-lo em etapas – primeiro faz a cozinha, depois o quarto e deixa a sala para daqui a um tempo. Enquanto isso, fica à espera de condições melhores.

Os juros para o consumidor estão altos porque a inadimplência está em alta. Uma parte da taxa que é paga pelo cliente é o chamado "spread" – uma expressão inglesa que identifica a diferença entre o custo de captação do dinheiro pelos bancos (normalmente próximo à taxa básica) e os valores pagos pelo consumidor. No spread estão incluídos custos como a cobrança dos devedores e uma reserva para aqueles valores que nunca serão pagos.

Essa situação deve se alterar à medida que a economia retornar à estabilidade, com o desemprego baixando e a atividade aumentando. "O momento agora é de espera", prescreve o professor Samir Bazzi,que leciona Administração Financeira no FAE Centro Universitário. "É preciso algo como uns seis meses para que as coisas voltem a se equilibrar." Se o consumidor puder esperar até lá, é provável que encontre condições melhores para uma compra parcelada.

O único risco da espera é deixar de usufruir do lado bom da crise. "Quando o lojista ou a indústria estão com produtos estocados, a tendência deles é oferecer benefícios ao comprador para manter seu nível de atividade", explica o consultor Friedbert Kroeger, especializado em finanças pessoais. Esses benefícios são descontos ou condições especiais de parcelamento. "É bem provável que esses descontos não estejam disponíveis quando as vendas estiverem normalizadas", afirma.

Os especialistas, no entanto, sugerem que mesmo essas oportunidades devem ser vistas com cautela. E isso vale especialmente para produtos com vantagens por tempo limitado, como os automóveis e eletrodomésticos que contam com redução nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). "Se a pessoa realmente estava planejando trocar de carro neste ano, pode valer a pena adiantar essa compra e usar o IPI reduzido", diz Peters, da Estação. Principalmente se um carro usado entrar na negociação. "O preço do usado é derivado do carro novo. Portanto, ele vai ser vendido por um preço menor enquanto vigorar a redução do IPI", diz Peters.

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