O Banco do Brasil informou nesta quinta-feira que iniciou conversas para compra do controle acionário no IRB-Brasil Re, na segunda ofensiva em uma semana depois de ter anunciado a reestruturação de sua área de seguros.
Segundo fato relevante encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), "no intuito de buscar complementaridade nas operações das suas seguradoras, o BB propôs, e a União Federal, por intermédio do Ministério da Fazenda, aceitou iniciar tratativas sem efeito vinculante, visando à aquisição de participação acionária no IRB-Brasil Re".
Um sucesso nas negociações faria o BB estrear no mercado ressegurador ocupando a liderança do segmento, visto que o IRB-Brasil é o maior do ramo da América Latina, com 10,4 bilhões de reais em ativos e 1,8 bilhão de reais em prêmios emitidos, segundo números de julho de 2009.
Na semana passada, ao mesmo tempo em que tornou pública a aguardada reestruturação interna no setor de seguros, o BB anunciou uma parceria com a espanhola Mapfre, que o colocou na vice-liderança em seguros no país, só atrás do Bradesco.
O banco ainda negocia a compra da fatia da Sul América na Brasilveículos, representada por 60 por cento das ações ordinárias e 30 por cento do capital total. O BB também pode adquirir a participação da Sul América na Brasilsaúde.
Criado em 1939, o IRB-Brasil deteve o monopólio do setor de resseguros no país até abril de 2008, quando o mercado foi aberto. No entanto, a instituição ainda detém cerca de 90 por cento de participação no setor.
Bradesco seguirá sócio do IRB
O Bradesco possui mais de 21 por cento de participação no capital total do IRB, segundo o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco.
Segundo Trabuco, o anúncio do BB desta quinta-feira "é muito positivo, porque demonstra o interesse que o Banco do Brasil tem na indústria de seguros".
"Nós continuaremos acionistas do IRB. Há várias décadas temos essa posição", assegurou o executivo a jornalistas, após palestra em evento de telecomunicações.
"O seguro é uma indústria que se fundamenta nos grandes números, porque o risco atuarial é minimizado quando você tem escala. E nós (Bradesco) temos escala, com 26 milhões de portadores de apólices", disse Trabuco.