O recente rali que levou a Bovespa a máximas históricas não é momentâneo, já que, em meio a taxas de juros menores, chegou a hora de o brasileiro aprender a operar com renda variável, avaliam gestores de fundos de investimentos.
O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo atingiu esta semana novo recorde, aos 52.877 pontos, acompanhando o movimento das bolsas internacionais.
"Esse ciclo é diferente dos anteriores, não é uma bolha... Estamos em um ciclo de taxas de juros baixas e (a alta da bolsa) tende a continuar", afirmou Carlos Ambrósio, sócio da Claritas Investimentos, em congresso da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid).
A taxa básica de juros do país está em queda desde setembro de 2005 e, atualmente, o juro real encontra-se em um dígito -o que significa menor rentabilidade dos investimentos em renda fixa.
"Todos os emergentes, com exceção da Turquia, já passaram por redução dos juros reais há muito anos e o Brasil está vivendo isso agora", disse Luiz Stuhlberger, diretor da Anbid e sócio-diretor da Hedging-Griffo.
"A população desses países já aprendeu a investir em renda variável faz tempo. A gente, no Brasil, vai ter que aprender agora."
Para os gestores, o novo cenário econômico incentivará um aumento da participação da renda variável nas carteiras dos fundos.
Eles disseram ainda que o bom momento da Bovespa está imune a turbulências políticas e, provavelmente, enfrentará a próxima eleição presidencial sem tropeços, ao contrário do que ocorreu em 2002.
"A situação econômica é tão favorável que a gente criou uma blindagem contra fatores políticos e o cenário positivo deve manter-se sob essa blindagem", avaliou Luciane Ribeiro, presidente da ABN Amro Asset Management Latin America.
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