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Com Lula no governo Dilma, dólar mantém alta e vai a R$ 3,830

Mesmo enquanto ainda não havia confirmação, a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o ministério do governo Dilma Rousseff já potencializava a alta do dólar nesta quarta-feira, assim como já ocorreu nos dois pregões anteriores. Às 11h42, a moeda americana era negociada a R$ 3,828 na compra e a R$ 3,830 na venda, valorização de 1,75% ante o real. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registra queda de 0,83%, aos 46.740 pontos. Já os rumores da saída do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, pressionam as taxas de juros no mercado futuro.

O movimento de fortalecimento do dólar é global, com os investidores esperando a reunião do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o bc americano), na tarde desta quarta-feira, e a entrevista com a presidente da instituição, Janet Yellen. Essa alta no exterior, no entanto, ocorre em menor intensidade. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg, registra variação positiva de 0,28%.

Os agentes dos mercados financeiros locais aguardam uma definição sobre o novo ministério da presidente Dilma Rousseff e a confirmação ou não de Lula para um cargo de ministro em seu governo. “A recusa do ex-presidente seria a melhor notícia ao mercado. Ao contrário teremos o movimento de alta exagerada vista na véspera”, avaliou, em relatório a clientes, Guilherme França Esquelbek, analista da Correparti Corretora de Câmbio.

A indefinição sobre a presença de Lula no governo Dilma fez também surgir o rumor de que Tombini pode deixar o cargo, o que teve impacto no mercado de juros da BM&FBovespa. A maior pressão de alta ocorre sobre os contratos mais longos. Os DIs com vencimento em janeiro de 2020, que fecharam ontem a 14,60%, chegaram a 14,93% e agora são negociados a 14,73%. Já os de janeiro do ano que vem, que fecharam a 13,885%, são agora negociados a 13,825%.

“Os juros estão operando em cima do cenário político. Não há influência dos indicadores econômicos. Há uma preocupação sobre a ida ou não de Lula para o governo Dilma e os rumores da saída de Tombini. O mercado nunca gostou do Tombini, mas ele sempre foi coerente em alguns pontos, como o não uso das reservas internacionais”, disse Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos.

PETROBRAS PASSA A SUBIR

Na Bolsa, a queda do Ibovespa foi amenizada pelo desempenho das ações da Petrobras, que passaram a subir.

Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal registram alta de 4,08%, cotados a R$ 6,88, e os ordinários (ONs, com direito a voto) avançam 6,39%, a R$ 9,48. Essa queda ocorre apesar da alta do petróleo no exterior - o barril do tipo Brent sobe 3,05%, a US$ 39,92 o barril.

No caso das ações preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco, os recuos são de, respectivamente, 4,65% e 4,84%. Os papéis do Banco do Brasil têm desvalorização de 1,60%.

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