A preocupação dos brasileiros com o desemprego está prejudicando as compras de Natal, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI). "Com a recente redução do IPI para alguns eletrodomésticos, esperávamos que os brasileiros estivessem mais otimistas para o consumo", disse Marcelo Azevedo, economista da CNI. Essa análise foi apresentada ontem, na divulgação da edição de dezembro do Índice Nacional de Ex­­pectativa do Consumidor (Inec), pesquisa realizada mensalmente pela Confederação. De acordo com o levantamento, as expectativas de dezembro para compras de bens de maior valor (entre eles móveis e eletrodomésticos) apresentaram fraco crescimento em dezembro (114,9 pontos) ante novembro (114,5 pontos).

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Média histórica

No conjunto dos seis indicadores avaliados (expectativas de inflação, expectativa de desemprego, expectativa de renda pessoal, situação financeira, endividamento e compra de bens de maior valor), o Inec de dezembro marcou 113,4 pontos, exatamente o mesmo índice registrado em novembro. Em dezembro do ano passado, o Inec marcava 117,1 pontos – era 3,7 pontos "mais robusto" que o de dezembro deste ano. A média histórica do Inec é de 110,6 pontos. Conforme explica a CNI, aumento do indicador reflete melhora no item avaliado.

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De acordo com a CNI, os consumidores também estão cada vez mais preocupados com o comportamento do mercado de trabalho, o que se reflete em recuos do indicador de "expectativa de desemprego" nas últimas medições: atingia 130,8 pontos em outubro; caiu para 126,9 pontos em novembro; e chegou a 123,7 pontos em dezembro.

Endividamento

Esta mais recente edição do Inec mostrou, também, uma piora no quesito que trata do nível de dívidas da população. O indicador de "endividamento" marcava 108,3 pontos em outubro; caindo para 107,4 pontos em novembro; e chegando a 105,5 pontos em dezembro. O Inec foi realizado com base em pesquisa de opinião pública realizada pelo Ibope, pela qual foram ouvidas 2.002 pessoas em 141 municípios entre os dias 2 e 5 de dezembro.

A CNI destaca que a inflação também continua a preocupar os cidadãos. A pesquisa identificou que para 64% do público consultado, a inflação "vai aumentar muito" ou "vai aumentar". Quanto ao desemprego, 46% dos consultados disseram que "vai aumentar muito" ou "vai aumentar". Quanto à expectativa de renda pessoal, 47% dos pesquisados apontaram que "não vai mudar". Sobre a situação financeira, 52% responderam que está "igual".

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