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Mercado

Com melhora de Dilma nas pesquisas, Bovespa fecha no vermelho

A Bovespa sucumbiu à realização de lucros nesta quinta-feira (4) e fechou no vermelho, após pesquisas sobre a corrida presidencial contrariarem expectativas no mercado de que a candidata do PSB, Marina Silva, abriria vantagem sobre a presidente Dilma Rousseff (PT) já no primeiro turno das eleições. O foco político limitou inclusive o efeito de notícias externas, como o corte de juros pelo Banco Central Europeu (BCE).

O Ibovespa encerrou em baixa de 1,68%, a 60.800 pontos. O volume financeiro da sessão somou R$ 8,83 bilhões. Levantamentos Ibope e Datafolha divulgados na quarta-feira mostraram Dilma e Marina empatadas tecnicamente no primeiro turno, embora com vitória da candidata do PSB em um eventual segundo turno. Os dados ainda apontaram queda na rejeição a Dilma e melhora nos índices de avaliação do governo.

"A melhora da Dilma deu uma desanimada na bolsa e abriu espaço para um pouco de realização de lucros", disse o gerente de renda variável da Fator Corretora, Frederico Ferreira Lukaisus. "Marina segue sendo a favorita, mas a probabilidade (de vitória) caiu", disse o estrategista da Guide Investimentos Luis Gustavo Pereira. Para ele, a melhora na aprovação do governo e a menor rejeição mostram que Dilma ainda tem forças para reagir.

Nesse contexto, os papéis das estatais Banco do Brasil, Petrobras e Eletrobras, que têm refletido a dinâmica eleitoral, recuaram, com investidores aproveitando as pesquisas para embolsar os fortes lucros contabilizados no ano. Os papéis do Banco do Brasil tiveram a maior queda desde 21 de maio, enquanto as ações da Petrobras tiveram o maior declínio desde 13 de agosto.

A ação do BB acumula alta de cerca de 50% em 2014, enquanto os papéis da Petrobras têm valorização ao redor de 40% e a preferencial da Eletrobras, de 35%. O foco no cenário eleitoral ofuscou anúncio da Petrobras na véspera, que declarou a comercialidade das áreas de Sul de Guará, Nordeste de Tupi e Florim, que integram o contrato da cessão onerosa estabelecido com o governo por ocasião da mais recente capitalização da empresa.

À margem das eleições

As ações da CCR e Ecorodovias reagiram negativamente à decisão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que manteve uma determinação anterior que revogou as medidas liminares sobre pedágios em São Paulo.

A BRF também recuou, um dia após confirmar acordo para vender suas unidades e marcas de lácteos para a Parmalat S.p.A. por R$ 1,8 bilhão. A notícia foi bem recebida, mas jornais haviam já antecipado na véspera, quando o papel subiu 1,44%.

As ações da Vale voltaram ao terreno negativo, após nova queda nos preços do minério de ferro. O BTG Pactual cortou a recomendação do ADR da mineradora para "neutra", citando redução da confiança na dinâmica de preços do minério e mudança do cenário eleitoral. Fibria, Suzano e Klabin foram destaque na ponta positiva, em meio à notícia de que a líder europeia na produção de celulose de eucalipto Ence fechará seu deficitário negócio de celulose no complexo industrial de Huelva, na Espanha.

Os papéis da Gol também figuraram entre os maiores ganhos. O Morgan Stanley elevou a recomendação da ADR da empresa para "overweight" (acima da média do mercado) e o preço-alvo para 8,2 dólares.

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