Lojas de conveniência estão em apenas 15% dos postos BR| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Desde o IPO, a BR Distribuidora (BRDT3) pincela planos de venda de suas lojas de conveniência BR Mania. Agora, aparentemente, o negócio está tomando forma: segundo o jornal Valor Econômico, a empresa contratou a BR Partners para assessorar a busca pelo comprador ideal. Hoje a penetração de lojas de conveniência em postos da BR é metade da registrada pela concorrente Ipiranga.

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Entre os interessados estão a Lojas Americanas, a Cia Brasileira de Distribuição (dona do Pão de Açúcar), o Carrefour, o International Meal Company (IMC, dona do Viena e do Frango Assado), a norte-americana 7Eleven e a gestora Advent (controladora do Walmart no Brasil).

Seja quem for o comprador, o mercado em geral está confiante no potencial do negócio. “Uma expansão bem-sucedida poderia adicionar valor à BR Distribuidora”, diz em relatório o analista Vicente Falanga, do Bradeco BBI, que avalia o valor das lojas BR Mania em R$ 800 milhões. “Achamos que, com estratégias bem implementadas, o valor poderia chegar a um valor potencial de R$ 2,3 bilhões”, complementa. Valorização de quase três vezes em relação ao valor atual.

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De acordo com analistas da XP Investimentos, há dois caminhos prováveis. A hipótese mais aceita é a de joint-venture entre a BR Distribuidora e uma parceira. A outra é a abertura de lojas como sociedade, deixando de lado o modelo de franquias utilizado atualmente.

Os analistas levantaram que há, atualmente, 1.231 lojas BR Mania nos cerca de 8 mil postos da bandeira BR – o que representa penetração de 15%. Comparativamente, a penetração da rede AM/PM nos postos Ipiranga é o dobro: 30%.

Nos estados Unidos, a média geral é de 80% (ou seja, 80% dos postos de gasolina têm suas próprias lojas de conveniência) – o que indica potencial de crescimento marcante no Brasil, de acordo com Osmar Camilo, do Bradesco BBI.

Atualmente, os franqueados da BR Distribuidora são responsáveis pela gestão dos postos de gasolina e das lojas de conveniência concomitantemente. Mas o interesse é desbalanceado. “A BR almeja chegar aos patamares da Ipiranga, mas os franqueados nem sempre acreditam no potencial do negócio, o qual tem margem EBITDA de 10 a 15% e sobre o qual incidem royalties sobre a receita mensal de 5%”, escreveu a XP. Uma parceria poderia mudar essa relação entre os franqueados e a empresa: apenas os postos continuariam sob sua gestão.

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Americanas vs. Supermercados

 

Em 2018, a Lojas Americanas já havia falado sobre conversas com a BR Distribuidora envolvendo o ramo de conveniência. Por isso, a empresa é vista como analistas como uma das mais engajadas na compra.

Especialistas que fazem cobertura da ação (LAME) veem grande potencial para a companhia caso entre realmente neste negócio. “O potencial de valorização se a Lojas Americanas decidir adotar uma abordagem de crescimento orgânico para suas lojas de conveniência é bastante limitada quando comparada à opção M&A [fusão e aquisição] ou joint venture”, diz o banco Brasil Plural. Os analistas acreditam no potencial de crescimento da empresa, com aumento de consumo, independentemente do caminho a ser percorrido.

Quanto ao caso das supermercadistas CDB e Carrefour, pode contar a favor o fato de ambas possuírem operações em postos de gasolina: o Pão de Açúcar tem 71, e a concorrente tem 74 unidades no Brasil. A expertise poderia ser aplicada na gestão das novas lojas.

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Os papéis da BR Distribuidora acumulam queda de 2,61% em 2019 contra alta de 8,10% do Ibovespa. Nesta segunda-feira (11), após a notícia da busca por parceiros para a BR Mania, caíam 0,48% às 11h58.