As importações somaram US$ 17,74 bilhões em setembro deste ano, o equivalente a US$ 844 milhões por dia útil, e, com isso, bateram recorde, segundo números divulgados nesta sexta-feira (1) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A série histórica divulgada pelo Ministério tem início em janeiro de 2003. Até o momento, o maior valor registrado para importações em um mês havia sido registrado em agosto de 2008, com US$ 17,44 bilhões importados e média diária de compras do exterior de US$ 830 milhões.
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, avaliou no mês passado que as importações de bens de consumo para o Natal se concentrariam em agosto e setembro deste ano. "As importações já começam a refletir as compras de Natal [em agosto]. Há uma sazonalidade [período tradicional] em agosto e setembro de importação de bens de consumo", avaliou ele, lembrando que as compras do exterior estão "bombando" em todo este ano.
O dólar barato e o crescimento do emprego e da renda, segundo economistas, são o combustível para o forte crescimento das importações neste ano. Com o dólar em um nível considerado baixo, as compras do exterior ficam mais baratas, enquanto as exportações brasileiras se tornam mais caras.
Exportações e saldo comercial em setembroJá as exportações, segundo dados do governo, somaram US$ 18,83 bilhões no mês passado, ou US$ 896 milhões por dia útil. Com isso, são as mais elevadas desde setembro de 2008, quando somaram US$ 20 bilhões, ou US$ 909 milhões por dia útil. A comparação com base na média diária é considerada mais apropriada por especialistas.
O superávit da balança comercial brasileira, por sua vez, que é o valor das exportações menos o das importações realizadas no período, somou US$ 1,09 bilhão em setembro deste ano, com queda de 16,5% frente ao mesmo período do ano passado - quando o saldo positivo totalizou US$ 1,3 bilhão.
Acumulado do ano´
De janeiro a setembro deste ano, ainda segundo dados do governo, o superávit da balança comercial somou US$ 12,77 bilhões. Com isso, houve uma queda do saldo positivo de 39,7% frente ao mesmo período do ano passado, quando o superávit totalizou US$ 21,18 bilhões.
As principais explicações para a queda do superávit comercial em 2010 são o forte ritmo de crescimento da economia, estimado em 7,5%, por economistas do mercado financeiro para todo este ano, e o dólar baixo. Com a economia aquecida, sobem as importações de matérias-primas e máquinas e equipamentos para a produção, enquanto que o dólar barato estimula as compras de bens de consumo do exterior.
Números do Ministério do Desenvolvimento mostram que as compras do exterior avançam, em 2010, a um ritmo bem mais forte do que as exportações brasileiras. De janeiro a setembro, as importações somaram US$ 132,15 bilhões, ou US$ 702 milhões por dia útil. Já as vendas ao exterior totalizaram US$ 144,92 bilhões no acumulado deste ano, o equivalente a US$ 770 milhões por dia útil. Em 2010, as importações subiram 45,1%, e as exportações avançaram 28,9%.
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