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Com Nossa Caixa, BB testa São Paulo para salto de qualidade

Com a incorporação da Nossa Caixa, o Banco do Brasil anunciou nesta terça-feira que terá o Estado de São Paulo como seu principal campo de testes para um reposicionamento estratégico com objetivo de aumentar sua competitividade no país todo frente aos principais concorrentes.

Segundo o diretor nomeado para liderar as operações do BB no Estado, Dan Conrado, o objetivo é elevar a fatia de São Paulo nos resultados da instituição dos atuais 25 por cento para 35 por cento num prazo de cinco anos.

O programa piloto, que já está em andamento em São Paulo, visa a melhorar o atendimento nas agências e ampliar o número de produtos vendidos por cliente, ações que o próprio BB percebeu serem pontos fracos na comparação com os bancos privados.

"Precisamos fazer uma séria melhoria na qualidade do atendimento", disse Conrado a jornalistas, ao detalhar os próximos passos da incorporação.

Como parte dos planos para alcançar a meta, o BB abrirá 83 agências novas no Estado mais rico do país até o final de 2010. Hoje, somadas as redes de ambos, são 1,3 mil pontos de atendimento.

A iniciativa vai consumir parte dos cerca de 800 milhões de reais que serão investidos na região nos próximos cinco anos, incluindo tecnologia e contratação de pessoal. De saída, serão mais 1,5 mil funcionários, que se somarão aos atuais 31 mil, somadas as redes de BB e Nossa Caixa no Estado.

Realizada em dezembro de 2008, em meio à intensificação da crise de crédito internacional, a aquisição do banco estatal paulista devolveu ao BB a liderança do setor bancário em ativos, tomada um mês antes pelo Itaú, ao fundir-se com o Unibanco.

Desde que a compra da Nossa Caixa pelo BB foi aprovada pelo Banco Central, em março deste ano, e já sob as diretrizes que o governo dera aos bancos públicos federais de ampliar a oferta de crédito, ao contrário do que fizeram os privados, a Nossa Caixa deu um salto de 46 por cento nas operações de financiamento, para 20,2 bilhões de reais em outubro.

De acordo com o presidente da Nossa Caixa nos últimos seis meses, Demian Fiocca, que agora deixa o cargo para uma quarentena antes de voltar ao setor privado, essa expansão foi facilitada pela combinação de juros mais baixos e melhora da tecnologia interna do banco.

"Houve um reposicionamento, o que ajudou a crescer o crédito com taxas declinantes de inadimplência", disse. "Mas, do ponto de vista de produtos, a Nossa Caixa ainda está bem menos avançada do que o BB", acrescentou Fiocca.

Aguardando um contra-ataque dos bancos privados em 2010, o BB quer usar São Paulo como laboratório para melhorar o atendimento aos clientes, especialmente os de varejo. O projeto depois será estendido aos demais Estados da região Sudeste, e então levado ao Sul, Nordeste, Norte e Centro-Oeste.

Simultaneamente às contratações, o BB está levando adiante um programa de demissão voluntária a funcionários com mais tempo de casa da Nossa Caixa. Conrado afirmou que não há uma meta para o programa, que foi criado apenas como "alternativa" para esses empregados, mas que o BB tem condições de assumi-los todos, caso queiram ficar.

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