Se a área da habitação está satisfeita com o aumento de financiamento de 2006 e otimista para este ano, o setor todo da construção civil está saltitante. Além dos bons resultados registrados com a habitação, eles aguardam o impacto de desonerações e incentivos à construção civil programados no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado na semana passada. O anúncio do pacote fez o Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP), que atua também com um representante nacional do setor, elevar de 4,9% para 6% a previsão de crescimento da construção civil em 2007.
Entre as medidas do novo plano consideradas positivas para o setor estão a desoneração de PIS e Cofins que incide sobre novas edificações das empresas e a redução de 25 anos para 24 meses no prazo de aproveitamento dos créditos tributários derivados de recolhimento dos dois tributos na construção de prédios e galpões. "Indiretamente, uma das grandes coisas que o PAC trouxe são os investimentos em infra-estrutura. Toda a indústria reclama que a infra-estrutura sucateada aumenta os custos do nosso produto, por causa da logística", avalia o vice-presidente do Sinduscon-PR, Hamilton Franck.
Segundo cálculos da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as obras previstas pelo PAC representam destinação de R$ 46 bilhões ao ano para o setor da construção civil. "O ano passado foi bom, mas por conta da área de habitação de mercado (que não são voltadas para moradia popular). Agora o impulso vem de obras de infra-estrutura", prevê o presidente da entidade, Paulo Safady Simão. Mas antes de tudo é preciso, lembra ele, que o pacote saia do papel. "Por enquanto são planos, mas se eles se consolidarem, e eu acredito que isso vai acontecer, nosso crescimento pode chegar a 7% este ano."
Responsável por cerca de 7% do Produto Interno Bruto (PIB, soma da produção do país), a construção civil cresceu 5% no ano passado bem acima dos 2,7% de crescimento projetados para a economia brasileira. Uma das fontes de financiamento da expansão foi o mercado de capitais. Oito empresas de construção civil já abriram capital na Bovespa e só em 2006 captaram R$ 6 bilhões. "Isso mostra uma decisão de investir fortemente, porque a abertura é uma maneira barata de captar dinheiro", explica Amaryllis Romano, da Tendências Consultoria. O setor da construção amargou uma forte desaceleração de crescimento em 2005, com alta de 1,3%, depois de 5,7% de alta acumulada em 2004. "É um importante foco de investimento porque responde rapidamente, não gera inflação, não gera importação e realmente ajuda o país, pois gera muitos empregos", valoriza Frank.
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