O Grupo Madero anunciou na segunda-feira (2) um investimento de R$ 40 milhões na expansão de sua fábrica, em Ponta Grossa, cidade a 100 quilômetros de Curitiba, no Paraná. Em operação desde o último mês de dezembro, a nova área faz parte de um plano da empresa de quintuplicar seu tamanho, até 2022.
A fábrica de Ponta Grossa é responsável pela produção de 92% de tudo que é consumido nos mais de 140 restaurantes do Grupo Madero. Com 3,6 mil metros quadrados, a estrutura inaugurada atende a produção de molhos, massas e sobremesas, além das refeições dos funcionários e do armazenamento de hortaliças.
A ampliação deu suporte ao lançamento de duas novas marcas do Grupo, no primeiro semestre deste ano — Vó Maria e A Sanduicheria — com foco em praças de alimentação, além do Jerônimo, cuja primeira unidade foi inaugurada no ano passado. “A gente está fazendo estas novas marcas [porque elas] têm muita sinergia com a cozinha central de Ponta Grossa”, explica Júnior Durski, fundador e proprietário do grupo.
A diversificação de públicos e marcas faz parte de uma estratégia de crescimento acelerado do Madero — que, segundo Durski, é de 60% ao ano. A meta é chegar a 2022 com 700 restaurantes; 200 carretas (sete vezes mais do que o atual) e 20 mil funcionários (são 5,2 mil, atualmente). O que implica em atingir a casa de R$ 4 bilhões de faturamento e R$ 20 milhões em pagamento de impostos.
O investimento na fábrica será feito em etapas. Até para não dar um “passo maior do que as pernas”, e investir muito em ampliação antes de ter demanda para isso. A próxima (e última) fase deve ser finalizada até o final de 2019, contabilizando R$ 120 milhões investidos.
Já estão em andamento as obras para a construção de um centro de distribuição automatizado e para a instalação de um maquinário robotizado para panificação. O que deve contabilizar 500 novos empregos, diretos e indiretos.
A terceira fase deve dar novo fôlego à produção de pães e hambúrgueres, que deve atingir ponto de saturação até o final de 2018 – o Grupo Madero pretende inaugurar 30 novos restaurantes ainda este ano.
Atualmente, a fábrica tem capacidade de produção de 2 milhões de pães mensais, sendo que 60% disso já é utilizado. A nova máquina terá capacidade de produção de 7 milhões de pães com “características de artesanal” por mês.
Desde que a área de molhos e sobremesas entrou em operação, há seis meses, cerca de 100 novas vagas de emprego já foram criadas, ampliação de 41% no quadro funcionários da fábrica. Em geral são trabalhadores jovens, em busca do primeiro emprego, que o Madero capacita e seleciona por terem “muita vontade de trabalhar”.
Plano de expansão do Grupo Madero somará R$ 120 milhões no total
Os R$ 120 milhões de investimento vão ser capitaneados pelo próprio Madero, explica Júnior Durski. No ano passado, ele vendeu 5% do negócio para o apresentador Luciano Huck — que virou sócio por meio da empresa Joá Investimentos. A empresa também angariou R$ 140 milhões com a emissão de debêntures, títulos de dívida que foram comprados pela gestora de investimentos HSI, de São Paulo.
Além disso, o Madero conta com “financiamentos bancários” para dar seguimento à obra, explica Durski. O empresário conta que há três anos busca fundos de investimentos para negociar, mas que até hoje não apareceu nada que o “encantasse”. A relação entre dívida líquida e Ebitda da empresa é de duas vezes e meia.
O terreno foi doado pela prefeitura de Ponta Grossa em dois atos, de 2012 e de 2016, que exigiam, respectivamente, investimentos de R$ 6 milhões e de R$ 40 milhões como contrapartida para o município. Além da criação de 45 empregos, em um primeiro momento e de 187, em um segundo.
Produção de molhos e sobremesas mantém jeito artesanal
A nova estrutura de produção de molhos e sobremesas do Madero mescla avanços tecnológicos com a manutenção de técnicas artesanais.
Os molhos, por exemplo, são temperados em grandes caldeirões, como se fossem feitos em panelas, mesmo, explica o gerente de qualidade da fábrica, Iury Schmidt.
Por outro lado, a última etapa do preparo envolve modernos túneis de resfriamento e câmaras de resfriamento e congelamento. Tudo isto para garantir que não seja utilizado nenhum conservante.
A capacidade de produção de brownie e petit gateau chega a 60 mil unidades por mês. Há demanda, atualmente, para cerca de 40% disso.
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