O dólar fechou em forte alta nesta quinta-feira, seguindo o pessimismo dos mercados internacionais, apesar de novas atuações do Banco Central no câmbio.
A moeda norte-americana subiu 4,01 por cento, a 2,203 reais, em sessão com baixo volume de negócios.
"Não é um estresse do mercado cambial (doméstico), estamos reagindo aos mercados lá de fora", afirmou Jorge Knauer, gerente de câmbio do Banco Prosper no Rio de Janeiro.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários perdiam mais de 4 por cento, enquanto o principal índice da Bovespa tinha baixa de 5,25 por cento.
Knauer ressaltou ainda que o dólar também se valorizava frente a outras moedas, refletindo a queda nas cotações de matérias-primas.
O índice Reuters-Jefferies de commodities caía mais de 2,5 por cento e o petróleo perdia mais de 4 dólares por barril. Ante uma cesta com as principais moedas mundiais, a divisa norte-americana subia 1,19 por cento.
Para Marcelo Voss, economista-chefe da Liquidez Corretora, as incertezas voltaram ao mercados. "Voltou de novo o mau humor das bolsas. O medo está de volta."
"Com essa incerteza, dificilmente alguém toma alguma posição. Quando você tem um volume mais alto, isso segura as cotações, mas quando você está sem volume, o mercado fica ao sabor do fluxo e fica todo mundo sem rumo".
Segundo os últimos dados atualizados pela BM&F, o montante financeiro não atingia 1,5 bilhão de dólares, menos da metade da média diária.
Na sessão, o Banco Central voltou a atuar, realizando dois leilões de venda de dólares no mercado à vista e um de swap cambial tradicional.
"O Banco Central tem feito leilões, mas eu acho que é bater em ferro frio", afirmou João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora, referindo-se à alta do dólar apesar da contínua atuação do BC.
Nesta manhã, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que as atuações da autoridade monetária no mercado cambial desde a intensificação da crise global de crédito até a última quarta-feira já somaram 40 bilhões de dólares.