A Gol deixará de fazer voos regulares para os Estados Unidos a partir de fevereiro de 2016. O anúncio foi feito na quinta-feira (12) pela companhia, que divulgou prejuízo líquido de R$ 2,13 bilhões no terceiro trimestre do ano, o maior já registrado em um trimestre fiscal pela aérea, de acordo com dados da Economática. A retirada dos voos para o mercado americano faz parte de uma série de medidas adotadas pela empresa para tentar recuperar sua rentabilidade.
Hoje, a Gol opera 14 frequências semanais para Miami e Orlando, com escala no Caribe. Essas operações serão sazonais a partir de 19 de fevereiro. “Eles não serão mais voos diários regulares. Vamos oferecer essas rotas nos meses em que há mais demanda turística”, explicou o presidente da Gol, Paulo Kakinoff.
Na prática, as rotas para os Estados Unidos vão funcionar como voos extras para a alta temporada, que poderão ser abertos (ou não) para atender demandas de curto prazo.
Kakinoff disse que a empresa continuará voando para o Caribe, mas a oferta deverá ser reduzida pela retirada dos voos para os Estados Unidos. A companhia confirmou na quinta que voará para Cuba em 2016, ainda sem data definida, e anunciou que pretende ampliar as frequências para a Argentina, especialmente a partir das capitais do Nordeste. “A mudança de cenário econômico exige respostas mais rápidas na nossa oferta de destinos”, explicou.
Com o rearranjo da malha, a companhia área reduzirá entre 7% e 8% sua oferta de passagens aéreas nos voos internacionais no quarto trimestre deste ano. A empresa também cortará frequências nos voos domésticos, sem deixar de operar em nenhuma cidade. Ao todo, a empresa promoverá uma redução de 5% a 7% na oferta nacional entre outubro e dezembro.
A decisão de voar menos reduzirá a frota da Gol. A empresa anunciou que vai adiar a entrega de novos aviões e alugar mais aeronaves para empresas aéreas europeias no ano que vem.
O anúncio de quinta mostra que a Gol vai intensificar um movimento de retirada de capacidade do mercado, que ocorre como reação à crise econômica. A empresa sente no caixa a pressão do dólar, moeda que define cerca de 60% dos seus custos, e prevê fechar o ano com margem estável a negativa.
A variação cambial também é responsável por 67,5% do prejuízo líquido, fruto da correção da dívida em dólar no balanço financeiro, mas que não afeta o caixa no curto prazo.
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