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Com queda de 19%, exportações do Paraná regridem cinco anos

Receita obtida com exportações de carne de frango cresceu 4% no Paraná entre janeiro e março. | Giuliano Gomes/Arquivo/Gazeta do Povo
Receita obtida com exportações de carne de frango cresceu 4% no Paraná entre janeiro e março. (Foto: Giuliano Gomes/Arquivo/Gazeta do Povo)

A desvalorização do real não evitou que as exportações do Paraná regredissem, no primeiro trimestre, ao nível mais baixo dos últimos cinco anos. De janeiro a março, as empresas do estado faturaram US$ 3 bilhões com as vendas ao exterior, 19% menos que no mesmo intervalo de 2014, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O valor é o mais baixo para o período desde 2010 (US$ 2,6 bilhões).

A retração foi causada, essencialmente, por quatro grupos de produtos: soja e outras oleaginosas; veículos e autopeças; máquinas e equipamentos mecânicos; e farelo de soja e preparados para alimentação animal. As receitas com esses itens caíram, juntas, 42%. Somadas, as exportações dos demais produtos da pauta paranaense tiveram ligeiro aumento, de 2%.

Os embarques de soja em grão despencaram 48% em volume e 57% em valor, para US$ 394 milhões. Apesar da perspectiva de safra recorde no Paraná, a comercialização está mais lenta neste ano por duas razões: o atraso na colheita, por consequência do plantio tardio no ano passado, e o mercado internacional menos favorável, com sobra de oferta em razão de grandes safras nos principais produtores, como Estados Unidos, Argentina e o próprio Brasil. As receitas com o farelo de soja, por sua vez, caíram 13% por causa do preço mais baixo, uma vez que o volume embarcado teve leve aumento.

Automóveis

No caso da indústria automotiva, o faturamento com os embarques encolheu 46%, para US$ 171 milhões, o menor valor em 13 anos. A causa é a mesma dos últimos tempos: a Argentina, principal cliente no exterior, que alterna crises econômicas com barreiras alfandegárias.

No primeiro trimestre, os argentinos importaram US$ 68 milhões das montadoras e fábricas de autopeças do Paraná, menos de um terço do valor dos três primeiros meses de 2014.

As vendas de veículos e componentes para os demais países, somadas, cresceram 12%, mas não o suficiente para compensar o recuo no comércio com a Argentina.

Os resultados por empresa dão uma ideia do retrocesso das exportações dessa indústria. Neste ano, as vendas ao exterior da Renault caíram 66%, as da Volkswagen, 29% e as da Volvo, 14%. Uma exceção foi a AAM, que produz eixos para veículos de carga e exportou 10% mais.

Praticamente estagnadas nos últimos anos, as vendas de máquinas e equipamentos mecânicos – vasto grupo que abrange parte significativa da indústria estadual – baixaram 10% no trimestre, para US$ 196 milhões, o menor valor desde 2009. Caíram os embarques de itens como colheitadeiras, motores e geladeiras. Empresas que atuam nesse segmento faturaram menos no trimestre: as receitas de exportação da Case New Holland (CNH) baixaram 35% e as da Bosch, 6%.

O contraponto foi o desempenho da Caterpillar, que produz escavadeiras em Campo Largo, na Grande Curitiba. As vendas ao exterior da empresa subiram 55% no primeiro trimestre, puxadas por encomendas de países latino-americanos – em especial México e Chile – e da Arábia Saudita.

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