A Ralph Lauren coloca atualmente em curso uma reestruturação que inclui o enxugamento do quadro de funcionários, o fechamento de lojas e a mudança de foco de suas principais marcas. De nome “Way Forward Plan” — Plano para Avançar, em tradução livre, a estratégia da empresa requer a demissão de 8% da mão de obra.
Até abril, a companhia contava com 26 mil empregados, 11 mil deles em meio período. Os dispensados de 2016 se juntarão aos de 2015, quando a empresa suspendeu o contrato de 5% da força de trabalho. A ideia do corte, de acordo com a corporação, é “diminuir o número de camadas” profissionais entre o chefe máximo e o trabalhador: de nove degraus até o CEO para seis etapas possíveis de promoção de cargo, para “agilizar a organização”.
Na terça-feira (7), o fundador que empresta o nome à marca, Ralph Lauren, anunciou a investidores que o remodelamento custaria US$ 400 milhões (quase R$ 1,4 bilhão) — US$ 95 milhões (R$ 330 milhões) em indenizações e benefícios e US$ 205 milhões (R$ 712 milhões) em custos de rescisão de contratos das lojas físicas. Ao ano, o empresário espera economizar entre US$ 180 milhões (R$ 625 milhões) a US$ 220 milhões (R$ 764 milhões).
“Estou confiando o meu filho a ele, e meu filho tem que crescer”, afirmou Lauren, sobre seu apoio ao projeto do novo CEO da marca, Stefan Larsson.
Lauren, de 76 anos, passou o bastão em setembro para Larsson , cujo histórico marca a ex-presidência global da Old Navy e outros 15 anos no corpo dirigente da H&M. De acordo com a CNN Money, o CEO estima cortar 50 lojas “que não fortalecem a marca” dentre os 493 estabelecimentos que ele agora administra.
O movimento é visto como um efeito do direcionamento do mercado ao que a rede americana de televisão denominou “fast fashion”, como a própria H&M, a Forever 21 e a Zara, marcas que demoram menos a se adaptar a novos estilos em comparação com a Ralph Lauren e a tradicional Gap.
Na bolsa
No início do pregão desta terça-feira, por exemplo, Larsson viu as ações da empresa caírem 5%. Em 2015, o tombo foi de quase 40%. Nos cinco primeiros meses deste ano, a companhia decresceu mais 20%.
Se as vendas registraram queda em relação ao ano passado, pelo menos o lucro trimestral da Ralph Lauren surpreendeu Wall Street.
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