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Com queda no ritmo, varejo cresce 9,1%

Setor supermercadista, termômetro do consumo das famílias, teve alta de 5,5% no ano | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Setor supermercadista, termômetro do consumo das famílias, teve alta de 5,5% no ano (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

A desaceleração econômica no último trimestre de 2008 respingou no varejo e impediu um crescimento de dois dígitos no resultado do setor no acumulado do ano passado. Ainda assim, a expansão foi de 9,1% na comparação com 2007. No Paraná, o faturamento do varejo cresceu 7% no ano. Em dezembro, o avanço foi superior à média nacional: 4,3% no estado, contra 3,9% em todo o país.

Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram uma retração de 0,3% nas vendas do comércio varejista em dezembro do ano passado em relação a novembro. Foi a terceira queda mensal consecutiva, acumulando uma retração de 2,3% no volume de vendas do último trimestre. Até então, o resultado era positivo em 10,4%.

Termômetro

O varejo supermercadista, tido como "termômetro" do consumo das famílias, fechou o ano com expansão de 5,5% no volume de vendas em relação a 2007. O segmento – composto por hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo – amargou números ruins no último trimestre, a exemplo do setor como um todo. Em outubro, as vendas caíram 0,4% em relação a setembro. Em novembro, houve acréscimo de 0,7% e, em dezembro, o desempenho foi nulo.

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, lembrou que o setor de alimentos não teve uma queda tão acentuada como a indústria de bens de consumo duráveis. Mas o resultado mais fraco, segundo ele, foi provocado principalmente pela restrição ao crédito, com impacto no comércio de produtos semi-duráveis como geladeiras, televisores, computadores e eletrodomésticos. Honda explica que, nos pequenos estabelecimentos, o segmento que depende do crédito é pouco expressivo, afetando pouco os resultados globais. Já nas grandes redes, essa participação pode atingir até 35% do faturamento, maximizando os efeitos da queda nas vendas.

Alimentos

Já no segmento de produtos alimentícios, tido como menos suscetível a oscilações em períodos de crise, a categoria mais afetadas é a chamada de "consumo flutuante", composta por produtos como pratos congelados, iogurtes e embutidos, cujas vendas estão atreladas ao aumento de renda das famílias.

"Em geral, o crescimento deste segmento depende da entrada de novos consumidores, alavancando o consumo alimentar promovido pela migração das classes sociais", aponta Honda. A classe C responde hoje por 75% do consumo do segmento flutuante. "Vivemos um momento de inflexão, e certamente vamos sentir os reflexos da crise no emprego e a redução da massa salarial", avalia.

Mesmo assim, a Apras está otimista e aposta que os números de janeiro devem mostrar uma recuperação nas vendas do setor. Dados ainda não consolidados pela entidade apontam para um crescimento de cerca de 6% nas vendas na comparação com janeiro de 2008.

Acima da meta

O grupo Wal-Mart Brasil, que no Paraná opera com as bandeiras Wal-Mart, Big, Mercadorama, Maxxi Atacado e Sams Club, informou que as vendas de janeiro e fevereiro de 2009 superaram as metas traçadas pela empresa. Para manter o desempenho, a empresa diz que eliminou custos na cadeia de valor, como ineficiências logísticas, mantendo o foco nas operações de baixo custo. "Essas medidas, somadas à manutenção do acesso ao crédito para o cliente, mediante a parceria com o Hipercard, permitiram que a rentabilidade e os custos mais baixos fossem preservados", informou o grupo, por meio de sua assessoria de imprensa.

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