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Terceiro setor

Com R$ 90 por aluno, programa de inclusão digital forma 2,5 mil por ano

Mais de 2,5 mil alunos se formam por ano em 23 escolas de informática e cidadania – 56,4% deles prontos para usar sozinhos programas básicos de computador e 11,7% considerados capazes de aprender por conta própria a usar softwares aos quais não foram formalmente apresentados. Esse é o "lucro" que a organização não-governamental Comitê para Democratização da Informática do Paraná (CDI-PR) contabiliza ao fim de cada ano, com base num investimento de R$ 90 per capita – valor considerado baixo para a área de atuação.

Ao longo de 10 anos de trabalho, a ONG se tornou um exemplo de ação social profissionalizada: oferece treinamento especializado, tem contabilidade transparente, trabalha com metas e projetos e exige o mesmo retorno das comunidades que atende. "Nosso diferencial é que escolhemos atuar em um ramo específico e todas as nossas ações têm o mesmo foco. Além disso, profissionalizamos o trabalho e mostramos para as associações e instituições que nos procuram para abrir escolas que elas terão de atuar dentro dos nossos padrões", avalia a coordenadora-executiva da entidade no Paraná, Jacimara Forbelloni.

A ONG paranaense é uma franquia social de uma iniciativa que nasceu no Rio de Janeiro em 1996 e já se espalhou por 19 estados brasileiros e oito países (África do Sul, Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Japão, México e Uruguai). O objetivo é conciliar o ensino da informática com temas de cidadania, como violência, direitos, cuidados com o meio ambiente.

"Certamente é o ensino da informática que costuma atrair os alunos, mas a gente vê nas conversas fora de sala de aula que muitas vezes eles nem percebem, mas estão falando em cidadania. Em Palmeira (nos Campos Gerais), o tema da violência tratado em sala de aula levou os alunos a discutir na comunidade a necessidade da criação de uma delegacia da mulher. Eles se mobilizaram e conseguiram a delegacia especializada", conta a coordenadora-executiva.

No Paraná, o CDI tem 23 escolas de informática e cidadania (EICs), que funcionam dentro de associações comunitárias, clubes de mães, instituições sociais e empresas. As entidades interessadas em fazer parte do programa entram em contato e apresentam um projeto. Entre as exigências para participação, é preciso uma sala disponível para instalação de no mínimo cinco computadores, custear as despesas com mobiliário, instalação elétrica, segurança e ter três pessoas com conhecimentos básicos em informática dispostas a atuar como educadores.

As aulas ocorrem em frente a computadores velhos, de doação. É isso que barateia a ação social, mas não é o único atrativo de parcerias para o CDI, informa Jacimara. "A gente cria a metodologia de ensino específica para aquele público e oferece o treinamento. Nossa parte se resume a entrar com o conhecimento técnico e pedagógico", explica.

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