Os sinais emitidos na quinta-feira pelos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos sobre o futuro dos juros nos dois países levou o dólar à sua menor cotação desde 20 de março de 2001. No fim dos negócios de ontem, a moeda americana era vendida a R$ 2,088.
O mercado estava em compasso de espera nos últimos dias, com as cotações se mantendo pouco acima de 2,10. Na quinta-feira, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) e uma declaração do presidente do Fed, banco central americano, Ben Bernanke, deram o rumo para as operações. "Os investidores passaram a trabalhar com um cenário em que os juros brasileiros vão cair mais devagar do que o esperado e em que os juros americanos vão parar de subir antes do que se pensava", resume o economista Thiago Davino, da consultoria GRC Visão.
Na ata de sua última reunião, em que os juros básicos brasileiros caíram de 16,5% para 15,75% ao ano, o Copom dá sinais de que será mais cuidadoso e que precisa avaliar o impacto dos últimos cortes na taxa Selic sobre a inflação. Essa posição surpreendeu o mercado financeiro, que já trabalhava com um cenário com juros perto de 14% ao ano no segundo semestre.
Nos Estados Unidos, o presidente do Fed declarou que a escalada nos juros está chegando ao fim, após eles passarem de 1% para 4,75% ao ano em poucos meses. "Esperava-se que a taxa americana subisse mais, se aproximando de 5,5%. Com esses dois fatores novos, os juros brasileiros continuarão muito maiores que os americanos, o que atrai investidores", comenta Davino. O mercado voltou a apostar que a entrada de dólares para aproveitar as taxas brasileiras não vai parar tão cedo.
"As cotações devem continuar caindo", afirma José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação. "Espera-se inclusive que aumentem as captações de empresas brasileiras no exterior, o que deve derrubar ainda mais o dólar." Na avaliação do analista, a moeda norte-americana tende a testar o piso de R$ 2,05 já na próxima semana. Também será testada a vontade do BC em segurar a queda do dólar, já que nos últimos dias ele atuou muito pouco no câmbio.
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