Com remédios mais baratos, inflação em Curitiba é a menor em sete anos

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O aumento do custo de vida em Curitiba em 2005, medido pelo Índice de Preços do Consumidor (IPC), foi o menor dos últimos sete anos. O indicador, calculado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), ficou em 4,05% para famílias que recebem até 40 salários mínimos – a menor taxa desde 1999, quando começou a pesquisa. Em 2004, a inflação medida pelo IPC ficou em 10,4%.

Para Gino Schelesinger, analista econômico do Ipardes, o setor que mais segurou a inflação deste ano foi o de medicamentos, com queda de preços de 8,06% no acumulado do ano. "A guerra entre as farmácias puxou os preços para baixo, e como os remédios têm um peso considerável nas contas das famílias, isso ajudou a reduzir a taxa de inflação na cidade", diz.

Outros itens que contribuíram para a queda do IPC foram vestuário, que ficou abaixo da média, com alta de 4,59%, transporte público, com variação negativa de 10,51%, e aparelhos elétricos e eletrônicos, também com queda de 6,36%.

Os itens que mais subiram para o consumidor curitibano em 2005 foram legumes, 60,18%, e frutas, 14,55%. Como esses produtos não representam uma fatia expressiva do orçamento das famílias com renda de até 40 salários mínimos, a influência no índice foi pequena.

Segundo Schelesinger, a valorização do real frente ao dólar em 2005 foi determinante para o resultado do índice. "O IPC de Curitiba segue a tendência nacional. Em 2002, ano eleitoral, o dólar subiu e a inflação da capital paranaense foi a maior registrada até agora".

Para o economista Alexandre Fischer, da consultoria GRCVisão, em 2006 haverá uma recomposição de preços, que devem subir impulsionados pelas commodities, como soja e arroz. Além da provável melhora para o agronegócio, o economista prevê maior circulação de dinheiro, por ser ano eleitoral. "Acredito que o índice do Ipardes para Curitiba continue abaixo da média nacional, mas acima do de 2005, na casa dos 5%."