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Pedro Parente (à frente) assume o comando da Petrobras na quinta-feira (2) | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Pedro Parente (à frente) assume o comando da Petrobras na quinta-feira (2)| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, entregou nesta segunda-feira (30) sua carta de renúncia ao cargo. O substituto Pedro Parente deve assumir o comando da estatal quinta-feira (2). Em carta aos funcionários, Bendine ressaltou os avanços que obteve a frente da estatal nos últimos 15 meses e classificou como uma “tempestade perfeita” o momento em que tomou posse.

O Diretor de Recursos Humanos, Segurança, Meio Ambiente e Saúde e Serviços, Hugo Repsold Júnior, assumiu a presidência da Petrobras interinamente. A companhia informa também que recebeu outra carta de renúncia, do conselheiro Luciano Galvão Coutinho, e que o cargo vai permanecer vago até a eleição de novo membro.

Parente já foi membro do Conselho da Petrobras entre março de 1999 e dezembro de 2012, período em que exerceu o cargo de Ministro Chefe da Casa Civil no governo Fernando Henrique Cardoso. Atualmente, é presidente do Conselho da BM&FBovespa.

Balanço

“Da ameaça de apagão financeiro, chegamos a um caixa superior a R$ 100 bilhões. Essa marca é resultado direto do corte nos investimentos e do enxugamento nos custos operacionais, que fizeram com que nossas despesas fossem menores que nossas receitas pela primeira vez desde 2008”, afirmou.

A “tempestade perfeita” descrita por Bendine combina um ambiente de baixo preço do petróleo, de desvalorização do real ante o dólar, que contribuiu para elevar o endividamento da petroleira, e de crise institucional decorrente da Operação Lava Jato.

No balanço feito de sua gestão, Bendine acredita que, apesar do período conturbado, conseguiu dar os “primeiros passos para virar a página da maior crise do nosso mundo corporativo e voltar a ser orgulho de todos os brasileiros”.

O executivo assumiu o comando da Petrobras em fevereiro do ano passado, quando substituiu Graça Foster, desgastada pelos desdobramentos da Lava Jato e pelo atraso na divulgação do balanço financeiro de 2014.

Os ganhos financeiros e as mudanças na estrutura da empresa, com a criação de comitês que passaram a responder por decisões de investimento, foram os marcos da sua gestão. A criação dos comitês serviu para tirar das mãos de executivos, isoladamente, o poder sobre orçamentos bilionários. Em referência aos episódios de desvio de recursos investigados pela Lava Jato, Bendine afirma que trabalhou para que os executivos “não ajam como senhores, mas como servidores dos interesses da empresa”.

Ao fim do documento, ele agradece a toda diretoria, aos conselheiros de administração, empregados e colaboradores e se intitula um “petroleiro”. Em outro documento, direcionado ao presidente do conselho, Nelson Guedes, se coloca à disposição para esclarecimentos.

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