O preço da energia no Brasil está em queda, pelo menos para as indústrias e grandes consumidores que negociam novos contratos de fornecimento de energia no longo prazo. Em menos de seis meses o valor médio da energia negociada em contratos plurianuais encolheu quase 25%, consequência da retração da economia brasileira, da queda do consumo e de melhor perspectiva em relação às chuvas.
Levantamento realizado pela empresa de informação e análise de risco Dcide, especializada no setor elétrico, aponta que o preço médio da energia para 2016 caiu de R$ 310/MWh em fevereiro para aproximadamente R$ 240/MWh. No caso de contratos de longo prazo, com fornecimento entre 2016 e 2019, a queda é menor, na casa de 10%, mas com tendência de aceleração, já que apenas na última semana houve retração de 3,7%.
“Vimos que, nas últimas 16 semanas, o preço para 2016 só não caiu em duas delas. Agora tivemos uma queda mais forte na última semana e é possível que o preço comece a mudar de patamar”, afirma o diretor da Dcide, Henrique Leme Felizatti. Segundo ele, foi grande o desvio padrão dos dados da última pesquisa, por isso as próximas duas ou três semanas devem ser determinantes para que se identifique a existência ou não de um novo patamar de preços.
Indústria consegue liminar contra encargo cobrado nas contas de luz
Associação questiona os atuais critérios de rateio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
Leia a matéria completaQueda da demanda
Por hora, as perspectivas sugerem um preço da energia mais baixo, reflexo da queda da demanda dos grandes consumidores, categoria de empresas que negocia diretamente no mercado livre. Além disso, o preço de liquidação das diferenças (PLD), balizador do custo de energia no mercado spot, também está em trajetória descendente.
“Nossas previsões para o PLD indicam redução nas próximas semanas e meses. E, para o ano que vem, há grande possibilidade de ficar mais baixo do que este ano. Ele pode chegar abaixo de R$ 150/MWh ou até próximo a R$ 100/MWh”, afirma o gerente da área de Regulamentação, Capacitação e Preços da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Rodrigo Sacchi.
O cenário fica mais favorável à medida que o consumo encolhe e as chuvas no inverno apresentam taxas mais elevadas do que aquelas previstas inicialmente. Na última sexta-feira, o Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico projetou que a afluência de julho na região Sudeste/Centro-Oeste, a mais importante do País em termos de capacidade de armazenamento, será equivalente a 117% da média histórica para o mês.
Contraste
Os números contrastam com o cenário de um ano atrás, quando consumidores com contratos de fornecimento prestes a vencer não encontravam oferta de energia no mercado. Diante da escassez, contratos com fornecimento para 2015 chegaram a ser negociados por mais de R$ 400/Mwh.
Essa situação começou a ser revertida no fim de 2014, quando o governo federal decidiu reduzir o valor teto do PLD de R$ 822,83/MWh para R$ 388,48/MWh. O preço da energia para 2015, então, passou a ser balizado por esse valor, e o custo da energia para contratos de curto prazo permaneceu próximo do limite estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Governo Lula impulsiona lobby pró-aborto longe dos holofotes
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião