Os sócios Milton Braida e Carlos Oleias: sem medo de bater de frente com os gigantes do setor| Foto: Divulgação

Produtos

Empresa tem cinco lançamentos para os próximos meses

A Dexter Latina tem cinco produtos praticamente prontos para entrar no mercado. Além do Straik Pró (um aerossol de descarga única), há um inseticida de jato seco para traças, um herbicida para jardinagem amadora, um larvicida para controlar a reprodução de mosquitos que transmitem doenças como a dengue, e um repelente (o primeiro no segmento de cosmética).

Os dois últimos trazem uma tecnologia de microencapsulamento que permite uma duração maior das aplicações. No caso do repelente, ele age por mais tempo e tem uma menor absorção pela pele. O larvicida fica ativo por 60 dias e pode ser aplicado em vasos e outros recipientes mesmo quando não há acúmulo de água.

"Estamos levando a possibilidade de controlar as larvas dos mosquitos para o consumidor final. É algo inédito no mercado", ressalta Milton Braida, sócio da empresa.

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Gestão

A gestão da Dexter Latina ainda é tocada no dia a dia pelos sócios-fundadores. Milton Braida cuida da área de pesquisa, desenvolvimento e marketing, enquanto Carlos Oleias dirige as áreas administrativa e financeira. O crescimento da empresa exigiu que eles contratassem neste ano uma consultoria focada na área comercial. Esse olhar de fora será necessário para que as vendas atinjam os números pretendidos pela companhia.

O mercado de inseticidas domésticos, dominado pelas multinacionais Reckitt Benckiser e SC Johnson, tem um concorrente que quer se consolidar como a "terceira via" no combate aos mosquitos e baratas. Sediada em São José dos Pinhais, a Dexter Latina tem planos de dobrar de tamanho até 2018 e incomodar os grandes do setor. Com faturamento de R$ 24 milhões (e 1,4% do mercado de inseticidas) no ano passado, ela pretende chegar a R$ 50 milhões em 2018.

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O plano ambicioso de expansão contrasta com a origem modesta da Dexter. A empresa tem suas raízes em uma dedetizadora aberta nos anos 1990 pelos sócios Milton Braida e Carlos Anacleto Oleias na cidade de Pato Branco, no Sudoeste do Paraná. Uma noite, ao fazer uma aplicação de inseticida, Braida notou que o cliente usava um produto que atraía moscas. Como a substância ativa era a mesma da dedetização, ele decidiu desenvolver sua própria versão. Surgiu assim a primeira linha da empresa, que na época se chamava Mosquito e Cia.

O Mosca Killer entrou no mercado em 1997 e funcionou como uma introdução dos sócios ao mundo da indústria química. O salto que fez a empresa sair dos limites de Pato Branco veio em 2000, quando Braida, que é engenheiro agrônomo, participou de um congresso sobre controle de pragas. Ali ele foi apresentado a uma novidade: uma isca em gel que atraía baratas. "Era algo revolucionário que eu decidi também fazer", conta. "Conseguimos desenvolver a isca e estabilizar o gel, que se mostrou melhor do que o da multinacional."

Com o crescimento das vendas, a empresa precisou mudar. O antigo nome, conhecido no Sudoeste do estado, foi trocado para Dexter Latina, com sua sonoridade de multinacional, mais adequada para negociar com grandes redes varejistas. Em 2004, a fábrica foi transferida para um barracão alugado em São José dos Pinhais, que foi trocado seis anos mais tarde pela atual sede própria. O gel baraticida recebeu a marca Straik, a principal da empresa até hoje.

Crescimento

A linha de produtos da Dexter foi aumentando ao longo dos anos. Veio primeiro um gel para controlar formigas doceiras, seguido por inseticidas em aerossol e um produto elétrico, para espantar mosquitos. O raticida, segundo Braida, é um capítulo à parte. Ele foi inserido em um mercado com 54 concorrentes.

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"O segredo está na isca. Ela precisa ser mais atraente do que outros alimentos e conseguimos desenvolver um produto que é eficiente mesmo em locais onde há muita comida disponível", explica. A fórmula é para paladares exigentes, leva macadâmia, sementes de arroz e de aveia, entre outros ingredientes.

O sucesso das iscas permitiu que a Dexter conseguisse atuar em todo o país e entrasse em quase todas as grandes redes do varejo. Hoje a empresa é líder nacional no segmento de iscas em gel e líder em raticidas na Região Sul.

O crescimento de longo prazo, no entanto, depende da área de aerossóis, que representam 60% do mercado de inseticidas. "Temos investido 6% do faturamento em marketing e temos desenvolvido novos produtos. Apesar da previsão ruim para a economia, acreditamos que vamos ganhar espaço no mercado", afirma Braida.