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A Caixa Econômica Federal poderá ampliar em até 70 bilhões de reais sua oferta de financiamento depois do empréstimo de 6 bilhões de reais que o banco estatal receberá do Tesouro Nacional, afirmou o vice-presidente de controle e risco do banco, Marcos Roberto Vasconcelos.

"Estamos reforçando o capital para poder continuar crescendo nos empréstimos", disse o executivo à Reuters.

A operação consta da Medida Provisória 470, publicada na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União.

"Fica a União... autorizada a renegociar ou estabelecer as condições financeiras e contratuais de operações de crédito realizadas com a Caixa Econômica Federal, até o montante de seis bilhões de reais, visando enquadrá-las como instrumento híbrido de capital e dívida apto a integrar o seu patrimônio de referência", diz trecho da MP.

Vasconcelos explicou que as discussões para um apoio do governo federal, que é o acionista controlador, por meio do Tesouro, foram iniciadas há nove meses e ganharam força recentemente devido ao ritmo forte de expansão do crédito pela Caixa.

Isso porque, pelas regras de proteção do capital do Acordo de Basileia, as instituições financeiras são obrigadas a alocar recursos como uma espécie de proteção. No Brasil, o Banco Central define que, para cada 100 reais emprestados, os bancos devem ter capital mínimo de 11.

No caso da Caixa, esse índice --que chegou a ser próximo de 30 em meados do ano passado-- caiu para 16, já que a proteção de capital não evoluiu na mesma velocidade que a carteira de crédito, que cresceu 60 por cento no período de 12 meses encerrado em agosto.

Na esteira da estratégia do governo de usar os bancos públicos para ampliar a oferta de financiamento, como meio de amortecer os efeitos da crise global, Caixa e Banco do Brasil ampliaram a fatia entre os bancos de varejo.

"Como pretendemos manter o crescimento dos financiamentos na faixa de 40 a 60 por cento ao ano, nós poderíamos ter um índice de Basiléia perto do piso entre o final de 2010 e início de 2011", disse Vasconcelos. "É uma medida preventiva."

O principal alvo da Caixa é ampliar a oferta de financiamento imobiliário, explicou o executivo.

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