Com queda de quase 40% nas vendas em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2015 e sem perspectivas de melhoras no mercado, as montadoras decidiram esticar o feriado do carnaval. Até agora, seis grandes montadoras – Ford, General Motors, MAN, Mercedes-Benz, Volkswagen e Volvo – anunciaram paralisações de uma semana ou mais a partir de segunda-feira. A Fiat já deu férias coletivas para a maior parte dos funcionários em Betim (MG), de 27 de fevereiro a 15 de março.
A Ford vai parar as máquinas na fábrica de Camaçari (BA) no dia 8 e só retorna dia 29. A GM suspenderá a produção nas unidades de Gravataí (RS) e Joinville (SC) por três semanas, enquanto na Volvo, de Curitiba, o trabalho será suspenso por quase um mês na linha de ônibus e por três semanas na de caminhões (na semana do carnaval e depois entre os dias 22 de fevereiro e 7 de março).
Volkswagen, Mercedes-Benz e MAN Latin America acumularam dias de paradas por causa da redução de jornada, como previsto no Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e também dispensam os funcionários na próxima semana nas unidades de São Bernardo do Campo (SP) e Resende (RJ).
O mesmo procedimento ocorrerá na fábrica da Volks em São José dos Pinhais (PR) e na da Mercedes em Juiz de Fora (MG) – nesse caso para compensação futura. As informações são das empresas e dos sindicatos dos metalúrgicos.
Além da falta de demanda, a Volkswagen enfrenta um problema extra. As fábricas de São Bernardo e de Taubaté ficaram paradas ontem por falta de bancos para produção e vão manter a paralisação na manhã de terça.
Segundo os sindicatos, a fornecedora de estrutura para bancos Keiper não está entregando produtos e os estoques acabaram. Nenhum representante da Keiper foi localizado ontem para comentar o problema, que ocorreu diversas vezes no ano passado.
A GM informou na segunda-feira ter demitido 517 de um total de 798 funcionários que estavam em lay-off há cinco meses e deveriam retornar ao trabalho nesta semana. A empresa avalia ainda a situação de 68 trabalhadores do grupo que estão afastados por problemas de saúde ou por outras razões. Desse grupo, 168 entraram para um programa de demissão voluntária e 48 voltaram ao trabalho na segunda.
Mercado fraco
As vendas de veículos em janeiro somaram 155,3 mil unidades, 38,8% menos que em igual mês de 2015 e 31,8% inferior aos resultados de dezembro. Foi o pior resultado mensal desde fevereiro de 2007, quando foram comercializados 146,7 mil unidades. Também foi o pior janeiro em nove anos. Só o segmento de caminhões caiu 43,8% em um ano.
Segundo o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Júnior, o ano começou “sem expectativa de crescimento, porém, os resultados de janeiro não devem ser balizadores para as projeções para 2016”.
A Fenabrave prevê queda de 5,2% nas vendas em 2016, enquanto a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) trabalha com recuo de 7,5%, para 2,4 milhões de veículos. Em 2015, as vendas caíram 26,6% em relação a 2014.
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