Com dois meses seguidos de queda e os primeiros dez dias do mês com vendas estagnadas, a indústria automobilística volta a apelar para ofertas de juro zero, financiamento em cinco anos e planos para desovar estoques de carros novos. As empresas do setor vinham restringindo esse tipo de oferta desde o ano passado, por causa do aumento da inadimplência.
Neste fim de semana, apesar do feriado deste sábado (12), todas as concessionárias estão de portas abertas e há feirão no estacionamento do Shopping Center Norte, em São Paulo, organizado pela Renault. Quase todas as marcas têm no mínimo dois modelos com oferta de juro zero.
Nos primeiros dez dias do mês, foram licenciados 114,6 mil veículos, quase o mesmo volume verificado em igual período de setembro (114,3 mil) e em outubro de 2012 (114,6 mil). Do total deste mês, 108 mil são automóveis e comerciais leves, ante 108,4 mil no mês passado e 109,9 mil um ano atrás.
No acumulado do ano, os números também estão estagnados, com 2 895 milhões de unidades, ante 2,903 milhões em 2012. Para automóveis e comerciais leves os números apontam pequena queda de 0,7%, para 2,737 milhões de unidades.
Segundo revendedores consultados pelo Estado, há muitas lojas com estoques na casa dos 60 dias. "O que tem segurado o mercado são as vendas diretas (para empresas, frotistas, funcionários e locadoras), feitas pelas fábricas, enquanto o varejo (para o consumidor) está fraco", diz um concessionário que pede para não ter o nome publicado. "A luz já passou do amarelo para o vermelho no setor."
As montadoras farão esforço para, até dezembro, conseguir no mínimo um crescimento de 1% em relação aos 3,8 milhões de veículos vendidos no ano passado. Além das promoções, que devem continuar, contam com uma possível corrida às lojas em razão do fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a partir de 1º de janeiro.
Representantes do setor, contudo, têm dito ao governo que a volta do imposto integral pode provocar uma crise no setor.
Ofertas. A General Motors decidiu oferecer juro zero para toda sua linha, em campanha iniciada quinta-feira e com término neste domingo. Mas a entrada é salgada: 60% do valor do carro. A diferença pode ser paga em até 18 prestações. Para Agile, Cobalt e Sonic, o prazo pode ser estendido para até 48 meses.
O Cobalt LTZ, que à vista custa R$ 44.990, pode ser adquirido com entrada de R$ 26.994 e 48 parcelas fixas de R$ 375. Na revenda Palazzo, na zona norte da capital, o modelo também pode ser adquirido com entrada de 20% (R$ 8.998) e 60 parcelas de R$ 829, mas, nessa caso, há juro de 1% ao mês.
Numa promoção recente feita pela Palazzo, os estoques baixaram de 45 dias para 30 dias, informa o diretor comercial Wilson Goes.
A rede Volkswagen oferece juro zero para Fox, Space Fox e Amarok em 24 parcelas e entrada de 50% do valor do bem. Há planos em 60 parcelas, mas com juro de 0,99% ao mês. "A linguagem do momento é a taxa promocional", afirma Marcos Leite, gerente da revenda Amazon, na zona leste de São Paulo.
A Ford vende Fiesta RoCam (modelo antigo) com taxa zero em 36 meses, entrada de 50% e airbag e freios ABS por R$ 1 mil. Na Renault, juro zero é só para o Sandero, que sai por R$ 31.990 à vista ou entrada de R$ 17.594 e 36 parcelas de R$ 422,71.
Até marcas de maior valor, como Toyota, estão com promoções. Revendas da marca oferecem bônus (desconto) de R$ 10 mil para o utilitário CR-V, de R$ 7 mil para o Corolla top e de R$ 6 mil para o básico, e de R$ 3 mil para o compacto Etios. O Hyundai HB20, que há três meses tinha fila de espera de dois meses, está disponível nas lojas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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