O Banco do Brasil quer se valer da parceria com o Banco Votorantim para elevar fortemente a fatia do financiamento de veículos na sua carteira de varejo.
"Não tenha dúvida que haverá uma capacidade de incremento maior", disse Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente de Cartões e Novos Negócios e Varejo do BB, a jornalistas nesta segunda-feira, ao anunciar a conclusão da compra de 49,99 por cento do Votorantim, aprovada no dia 14 pelo Banco Central.
Com o negócio, a participação de veículos na carteira de crédito para pessoas físicas do BB salta de 11,8 por cento para 22 por cento. Ainda assim, esse percentual é cerca de metade da média dos grandes bancos privados de varejo.
No Itaú Unibanco e no Bradesco, por exemplo, os empréstimos para compra de veículos respondem por 46,7 por cento e 43,4 por cento, respectivamente, da carteira total de varejo.
De acordo com Caffarelli, com a parceria, o BB terá condições para atuar mais agressivamente no crédito para compra de automóveis, unindo a capacidade do banco estatal de gerar funding com custo menor e a expertise no setor do Votorantim.
O braço financeiro do Grupo Votorantim, aliás, já partiu para o ataque mesmo antes da aprovação oficial do negócio com o BB pelos órgãos reguladores.
Segundo o presidente-executivo do Banco Votorantim, Wilson Masao Kuzuhara, o volume de originação de crédito para automóveis na BV Financeira, braço de financiamento ao consumo do Votorantim, saltou de cerca de 600 milhões de reais mensais no final de 2008 para 1,7 bilhão de reais, pela média mensal recente.
Seguros e ADRS
O BB informou também nesta segunda-feira que pretende anunciar até o final de outubro os detalhes da reorganização societária na área de seguros do banco.
Além disso, o banco estatal está acelerando os trâmites para poder ter já em novembro a listagem de recibos lastreados em ações (ADRs) nível I na Bolsa de Nova York ainda em 2009.
"Queremos anunciar isso já em novembro", disse à Reuters Marco Geovanne, gerente-geral de relações com investidores do banco.
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