O capital gerado pelas novas empresas no mercado brasileiro deve superar US$ 10,6 bilhões nesta semana, o maior valor já registrado entre janeiro e junho na história do país, segundo matéria publicada ontem na edição online do jornal britânico Financial Times. A publicação afirma que o Brasil está a caminho de um "boom recorde de IPOs", mas que isso depende do sucesso da segunda maior oferta inicial do mundo. "A maior produtora de cimentos do Brasil, a Votorantim Cimentos, deve gerar até R$ 10,3 bilhões na quarta-feira em um IPO que será nervosamente acompanhado em todo o mundo como um termômetro do sentimento do investidor em relação aos mercados emergentes", diz a matéria.
INFOGRÁFICO: Quantidade de ofertas públicas, inicias de ações e valor das operações
Segundo a empresa de infraestrutura de investimentos Dealogic, se bem-sucedido, o IPO da Votorantim Cimentos vai levar o total de capital gerado este ano a ultrapassar o recorde de US$ 10 bilhões gerados na primeira metade de 2007. O Financial Times afirmou, no entanto, que a onda global de vendas de ativos de maior risco nas últimas semanas motivada pelo temor de que o Federal Reserve reduza a abundante liquidez global despertaram a preocupação de que a empresa possa suspender a listagem.
Além da Votorantim, outros grandes negócios são esperados para as próximas semanas. Entre elas está o lançamento de papéis da Via Varejo, companhia que agrega as operações do Ponto Frio e das Casas Bahia. Na semana passada, a empresa comunicou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entidade que regulamenta e fiscaliza o mercado de capitais no país, a contratação do Bradesco BBI para formatar a oferta.
Neste ano, até agora, foram realizadas seis ofertas públicas iniciais de ações. A maior delas foi da BB Seguridade, braço de seguros e previdência privada do Banco do Brasil, que levantou R$ 11,4 bilhões. O valor equivale a 64% do volume financeiro arrecadado em IPOs no Brasil no período.
Bolsa "barata" traz oportunidades, mas investidor deve ter sangue frio
Folhapress
A queda de 19,4% no ano do principal índice da bolsa brasileira preocupa os investidores de ações especialmente os pequenos, com menos acesso que os grandes a dados econômicos e sobre a situação financeira de empresas para basear sua alocação de recursos. Diante do mau desempenho do mercado acionário local que acumula a maior queda em 2013 entre dez países emergentes, como México, Rússia e África do Sul , é preciso manter o sangue frio para evitar prejuízo. Isso porque só perde dinheiro efetivamente quem vende uma ação por um preço menor do que o pago na compra. Assim, mesmo que o papel se desvalorize, se for mantido pelo investidor, não haverá prejuízo.
Além disso, com o tempo, a ação pode voltar a subir, com possibilidade de lucro para o aplicador caso seja vendida na alta, a um valor maior que o de compra. "A bolsa tem de ser vista como um investimento de longo prazo, de pelo menos três anos", afirma o educador financeiro Mauro Calil. "Em um período longo, as ações podem se recuperar de eventuais perdas pelo caminho."
Perfil
Para quem quer entrar na bolsa, o nível baixo atual pode ser visto como uma boa oportunidade, com ações baratas e, portanto, com potencial de valorização. O investidor precisa avaliar, porém, se tem perfil para suportar as oscilações do mercado. "Se a pessoa fica arrasada quando olha o saldo de investimentos e verifica que está um pouco abaixo do que antes, certamente não tem perfil para arriscar muito", diz o planejador financeiro Valter Police.
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