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Projetos de energia solar terão juros de 2,5% a 5,6% ao ano, abaixo até do que o BNDES costuma exigir | Roberto Custódio/ Jornal de Londrina
Projetos de energia solar terão juros de 2,5% a 5,6% ao ano, abaixo até do que o BNDES costuma exigir| Foto: Roberto Custódio/ Jornal de Londrina

O Banco Nacional de Desen­volvimento Econômico e Social (BNDES) começará a operar, neste ano, linhas de financiamento com condições especiais para projetos voltados à redução de emissões de gases do efeito estufa e ao desenvolvimento de tecnologias de adaptação às mudanças climáticas. Os recursos virão do Fundo Nacional Sobre Mudança do Clima, que tem, atualmente, R$ 560 milhões.

Com as linhas do Programa Fundo Clima, o BNDES oferecerá taxas de juros ainda mais vantajosas que as tradicionais do banco. Para projetos de geração de energia solar, por exemplo, o banco oferecerá taxas entre 2,5% e 5,6% ao ano, com redução de quase cinco pontos porcentuais em relação às taxas usuais do banco. Há ainda taxas reduzidas para projetos relacionados a transporte urbano, carvão vegetal, combate à desertificação, disposição e reaproveitamento de resíduos, energias renováveis dos oceanos, biomassa e eólica.

O BNDES foi escolhido pelo Ministério do Meio Ambiente para administrar a carteira de crédito reembolsável do Fundo Clima, composto por 60% do valor de participações especiais da exploração de petróleo no país recebido pelo ministério. A intenção é estimular investimentos privados e de governos municipais e estaduais em empreendimentos ou pesquisa aplicada.

Dos R$ 230 milhões acumulados no fundo em 2011, R$ 30 milhões foram destinados a um programa de apoio financeiro não reembolsável, operado diretamente pelo ministério. Os R$ 200 milhões restantes serão somados aos R$ 360 milhões que serão aportados no fundo este ano para as operações administradas pelo BNDES.

O fundo deve captar até R$ 750 milhões por ano das participações especiais do petróleo, mas poderá elevar esse teto com doações de outros segmentos, como empresas, entidades e governos de outros países. O fundo é um dos instrumentos do governo brasileiro para cumprir o compromisso voluntário do país com a redução de 36,1% a 38,9% das emissões de carbono projetadas até 2020, assumido na convenção sobre o clima de Copenhague.

Banco fará questão de inovação nos projetos

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, ressaltou que as linhas do Fundo Clima não serão usadas para financiar a aquisição de equipamentos já viáveis comercialmente, mesmo que tenham conotação ambiental. O objetivo é apoiar projetos que agreguem novas soluções. "Tem de adicionar algo novo", frisou Coutinho. "Se olharmos as várias cadeias industriais, estimular o desenvolvimento de equipamentos que reduzam o consumo de energia já é uma grande contribuição. Mas é preciso induzir isso inicialmente para que as inovações ganhem escala", acrescentou.

"Em um primeiro momento, o custo de desenvolvimento de novas tecnologias é alto. Com a produção em escala, o preço cai, mas há um período de indução à inovação e o fundo é uma ferramenta para fazer isso com taxas mais baixas", disse Coutinho, em entrevista coletiva na sede do BNDES, onde recebeu a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

A ministra do Meio Am­­biente afirmou que procurou o BNDES para a parcela reembolsável do fundo em busca de foco e eficácia. "Sabemos que o banco trabalha com performance. Isso mostra que queremos mais que transparência, mas trabalhar com resultados", disse.

Embora o banco estatal também tenha experiência na distribuição de recursos não reembolsáveis, Izabella afirmou que o ministério vai firmar diretamente os convênios com ONGs para distribuir os R$ 30 milhões que financiarão projetos a fundo perdido, porque assim ficou previsto na lei que instituiu o Fundo Clima, aprovada no Congresso em 2009. Além disso, a ministra disse que as operações dessa modalidade serão pequenas, de no máximo R$ 2 milhões, o que não compensaria os custos administrativos do BNDES.

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