Rio O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, reconheceu ontem que há uma defasagem de 11% entre os preços dos combustíveis no Brasil e os praticados nos Estados Unidos, mercado que baliza as cotações internacionais dos derivados de petróleo. O executivo destacou, porém, que a companhia não vai alterar sua política de reajustes. Ela prevê o acompanhamento no longo prazo das cotações internacionais, sem o repasse de "pressões pontuais".
Segundo dados da empresa, o preço médio dos derivados no Brasil durante o segundo trimestre ficou em US$ 70,7 por barril, enquanto nos Estados Unidos, o valor de venda dos mesmos produtos chegou a US$ 80, em média, uma diferença de 11,6%. A conta inclui o preço médio de todos os produtos vendidos pela companhia, como gasolina, diesel, gás de cozinha, querosene de aviação, óleo combustível e nafta, entre outros.
A comparação com os números do início do ano dá uma idéia de como a situação avançou nos últimos meses: no primeiro trimestre, o preço da cesta de produtos da Petrobras era de US$ 70,2 por barril, apenas US$ 0,80 abaixo de sua equivalente americana. O aumento da diferença reflete, segundo analistas, a manutenção dos preços da gasolina e do diesel, que representam cerca de 40% das vendas da estatal.
A defasagem dos preços foi uma das maiores críticas dos investidores com relação ao balanço do semestre, quando a empresa lucrou R$ 13,7 bilhões. Para a Merril Lynch, foi a principal causa da redução de 20% no lucro da área de abastecimento da companhia, que comprou petróleo mais caro sem repassar integralmente o aumento de custos ao produto final.
Na apresentação de ontem Barbassa informou que o aumento de custos, que inclui importações e compra de petróleo mais caro teve um efeito negativo de R$ 748 milhões no resultado do segmento, enquanto os reajustes promovidos em alguns derivados contribuíram positivamente com apenas R$ 441 milhões. A área de abastecimento fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 2,486 bilhões.
De acordo com cálculos de bancos de investimento, a diferença nos preços da gasolina e do diesel pode chegar a 20%, o que justificaria um reajuste imediato. "A Petrobras está deixando de capturar todo o momento positivo do mercado internacional", afirmou o analista de petróleo da corretora Ágora Sênior, Luiz Otávio Broad, que acredita em aumentos no fim do ano. O último reajuste nos preços da gasolina e do diesel foi em setembro de 2005. Em conferência com analistas financeiros, Barbassa disse que o mercado de petróleo está pressionado por fatores pontuais.
Governistas querem agora regular as bets após ignorar riscos na ânsia de arrecadar
Como surgiram as “novas” preocupações com as bets no Brasil; ouça o podcast
X bloqueado deixa cristãos sem alternativa contra viés woke nas redes
Cobrança de multa por uso do X pode incluir bloqueio de conta bancária e penhora de bens
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast