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Oportunidade

Começa a temporada de concursos

Marcelo Nunes estuda cinco horas por dia, três no cursinho | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Marcelo Nunes estuda cinco horas por dia, três no cursinho (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

Maio marcou o fim de uma longa espera para os candidatos no Paraná que aguardavam concursos públicos concorridos, principalmente federais. Os editais somam 986 vagas no país para diplomados (há ainda outras 267 oportunidades em órgãos estaduais e municipais).

INFOGRÁFICO: Veja a lista de concursos públicos

A boa temporada de concursos foi aberta, em especial, pela seleção para escrivão da Polícia Federal – que tinha sido suspensa em 2012 pela Justiça – e pelo edital do Ministério das Cidades. Os salários iniciais oferecidos são de R$ 3.225,42 e R$ 7.514,33, respectivamente, e admitem candidatos com diploma em qualquer área de conhecimento – exatamente o filão dos concurseiros. Do total de vagas ofertadas no país no momento, 38% se encaixam nesse perfil. O mesmo deve ocorrer com as futuras disputas pelos 2.450 postos de nível superior na Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Banco Central e na Receita Federal – normalmente entre as oportunidades mais concorridas.

Estratégia

Quem está de olho nessas oportunidades que não especificam diploma mas têm, em geral, caráter administrativo, precisa adotar uma estratégia de estudos particular, alertam os cursinhos preparatórios. O primeiro passo é prestar atenção nas matérias-coringa, aquelas que caem em todos os concursos.

Segundo o professor e advogado Carlos André da Silva Támez, muitos candidatos deixam de lado as matérias de português, lógica e informática e acabam obtendo nota média, o que conta para o fracasso na aprovação. "Essas três matérias, juntas, equivalem a até 40% da prova. São sempre as com mais questões", diz ele, que orienta candidatos a focar em notas altíssimas nessas disciplinas.

Outras matérias muito frequentes são Direito Administrativo e Constitucional, que abrangem leis que regem a atuação do Estado e dos servidores públicos. Nesse caso, o professor e advogado Giuliano Boscardin lembra que vale estudar o perfil da banca responsável pelo concurso. O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe) da Universidade de Brasília (UnB) e a Fundação Carlos Chagas (FCC), por exemplo, costumam pedir a "lei seca". Ou seja, o texto, sem tanto raciocínio. Já a Escola de Administração Fazendária (Esaf), que tradicionalmente faz o concurso da Receita, aposta em questões complexas.

Para isso, Boscardin aconselha o uso de livros de resumo. Ainda que o recurso seja abominado por professores de cursinhos para vestibular, é uma mão na roda para concurseiros que conciliam trabalho e estudo. "Às vezes, o aluno não tem tempo de ler manuais de cada disciplina. E são matérias difíceis de estudar porque são leis esparsas, não existe um código reunindo todas elas", analisa.

Adiantado

Se o foco é estudar com antecedência para concursos apenas autorizados, uma dica é analisar editais anteriores. A concorrência na PRF, por exemplo, incluiu redação na primeira etapa em 2009. O professor de português Tiago Moreira orienta o candidato a se preocupar em expor raciocínio claro, com começo, meio e fim. Não é preciso concordar com a questão nem se render a fórmulas prontas. "Inove no sentido das ideias, mas não tanto na forma", aconselha.

Nível técnico

Calendário também traz chances para quem tem ensino médio

Formados no ensino médio que querem ser servidores públicos têm neste mês chances no Paraná, São Paulo e nas Forças Armadas. Há editais abertos para o curso de formação em cadetes do ar, da Aeronáutica (180 vagas para homens), e de sargentos do Exército (1.350 vagas). Os cursos são a base para concorrer futuramente a uma carreira militar.

No Paraná, há 15 vagas técnico-administrativa na Universidade Federal e 16 postos na prefeitura de Pinhais. É no estado vizinho, porém, que está o maior concurso para o nível médio. A Polícia Militar de São Paulo tem 2.369 vagas para soldado, com salário inicial de R$ 2.563,28.

Na labuta

Escolha por Logística na faculdade já mirava funcionalismo

Aos 28 anos, Marcelo Campus de Nunes confessa que escolheu se formar no curso superior de Logística já de olho no funcionalismo público. "Escolhi a graduação pensando em concursos que pedem qualquer formação universitária", conta. Os alvos dele são a Caixa Econômica Federal e a Receita, cujos editais são abertos praticamente todos os anos. Mas o concurso de escrivão da PF também está na lista de Marcelo, que já prestou concursos para o INSS, Receita e Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Paraná.

O tecnólogo estuda cerca de cinco horas por dia – três delas no cursinho. Também se esforça no fim de semana. A rotina dura desde que ele se formou, em 2010. E tem motivação definida. "Claro, na minha escolha o salário contou bastante", admite.

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