Foz do Iguaçu - Os 819 animais da Estância Santa Helena, no distrito paraguaio de Sargento Loma, em San Pedro, começarão a ser sacrificados a partir de hoje. No domingo, exames laboratoriais confirmaram a contaminação pelo vírus tipo "O" da febre aftosa de 13 cabeças de gado do rebanho do produtor e presidente regional da Associação Rural do Paraguai, Silfrido Baumgarten. De acordo com as regras sanitárias para este tipo de doença, todos os animais que estiveram em contato com os infectados devem ser mortos para reduzir o perigo de novas contaminações.
Técnicos do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) e do Ministério de Obras Públicas e Comunicações (MOPC) chegaram ontem à propriedade para iniciar o isolamento da área e preparar as valas onde o gado será enterrado após passar pelo processo de desinfecção com cal. Cada animal será morto com um tiro de rifle na cabeça. Segundo o titular interino da Senacsa, Carlos Simón, o rifle sanitário é o único procedimento aceito e recomendado por entidades sanitárias internacionais. A operação contará com efetivos das Forças Armadas e da Polícia Nacional.
Em entrevista ontem à Radio Monumental, Baumgarten adiantou que não será permitida a entrada da imprensa na propriedade para registrar o sacrifício dos animais, mas que depois serão divulgadas imagens que comprovem a ação. O pecuarista disse ainda que espera urgência nas investigações que levem à conclusão sobre o que teria provocado a infecção do gado, e que elas sejam estendidas a toda a cadeia preventiva da aftosa. O produtor acredita que o vírus tenha criado resistência à vacina Baumgarten garantiu que todos os seus animais receberam as duas doses recomendadas.
Apesar de a contaminação ter sido confirmada pela Senacsa no domingo, autoridades paraguaias admitiram que as suspeitas de infecção pelo vírus da aftosa já se estendiam havia pelo menos 20 dias. Com a comprovação da doença, o governo paraguaio decidiu suspender a exportação de carnes temporariamente por dois meses. O problema também levou a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) a cancelar o status paraguaio de zona livre de aftosa com vacinação, o que, espera-se, possa ser recuperado dentro de um ano. Estima-se que o prejuízo ao setor chegue a US$ 400 milhões.
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