A Petrobras e o governo federal anunciou nesta quinta-feira o início da construção do gasoduto Urucu-Manaus. A obra pode gerar quase 3,5 mil empregos diretos e 10 mil indiretos. O custo estimado para os cerca de 670 quilômetros do gasoduto é de de US$ 1 bilhão. A obra era anunciada desde 1998.
- Faz 20 anos que a Petrobras descobriu a reserva de 48 milhões de metros cúbicos de gás natural no Solimões. Demorou para que essa reserva fosse explorada porque governantes anteriores tinham dúvidas para quem iria essa riqueza. Podia se pensar em um gasoduto Coari-Campinas, mas a gente garantiu que o gás fosse do próprio estado - explicou o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou rapidamente. Gripado e visivelmente abatido, Lula destacou a demora para tirar o projeto do papel:
- A Amazônia tem 20 milhões de habitantes, que precisam estudar e trabalhar. Entre querer fazer e conseguir iniciar essa obra, o intervalo foram de dois anos . A gente enfrentou muitas dificuldades.
Em Coari, o presidente deu o primeiro ponto de solda da construção do gasoduto, que deverá estar terminado apenas em março de 2008. As obras devem gerar quase 13,5 mil empregos (diretos e indiretos), com o compromisso de que 60% dessa mão de obra direta seja contratada no estado.
A obra foi criticada por movimentos sociais e organizações não-governamentais, como o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Os 670 quilômetros do gasoduto cortarão a floresta, passando por terras indígenas e por unidades de conservação.
Os ambientalistas temem que o assoreamento e represamento dos igarapés (parte dos dutos estará submersa) diminuam a quantidade de peixes e que o movimento das embarcações afugente a caça. Ou seja: que a presença do gasoduto coloque em risco a segurança alimentar das 102 comunidades ribeirinhas por onde ele passará.