Com o discurso de ser um evento sem bandeira partidária, mas contra o projeto de governo do vice-presidente Michel Temer, a Força Sindical realizou atos em comemoração ao Dia do Trabalho em sete cidades do Paraná. Os eventos foram marcados por shows de bandas locais, espaço para as crianças brincarem, almoço com costela no fogo de chão e discursos em defesa da manutenção dos direitos trabalhistas.
No ato principal, que aconteceu na cidade de São José dos Pinhais, menos de cinco mil pessoas acompanharam a abertura oficial da celebração. Estiveram presentes representantes de sindicatos de várias categorias e do prefeito de São José dos Pinhais, Luiz Carlos Setim.
Os sindicalistas reforçaram que são contra o documento “Ponte para o Futuro”, de Michel Temer. Segundo eles, as propostas ameaçam os investimentos em saúde e educação e colocam em risco os direitos trabalhistas. Eles temem que, em um eventual novo governo, aconteça a flexibilização das leis trabalhistas, o fim da política de valorização do salário mínimo e a desindexação do reajuste das aposentadorias.
Os presentes no evento da Força Sindicial também ressaltaram a importância do diálogo entre as autoridades e entre quem tem opiniões divergentes. Em entrevista à Gazeta do Povo, o coordenador estadual da Força Sindical do Paraná, Sérgio Butka, afirmou que o clima de disputa político-partidária leva a um aprofundamento da crise econômica e que a retirada de direitos trabalhistas não resolverá os problemas do país.
“Há 15 anos, quando começamos a comemoração do 1.º de Maio Solidário, o momento econômico era muito parecido. Era um momento de crise, de desemprego, em que se falava em retirar os direitos, flexibilizar as leis trabalhistas. Precisamos mobilizar os trabalhadores em defesa de seus direitos”, disse.
A celebração aconteceu simultaneamente em Ponta Grossa, Irati, Rio Azul, Matinhos, Morretes e Pontal do Paraná. Em Campo Largo, o Corpo de Bombeiros não autorizou o evento. A expectativa da organização é reunir 100 mil pessoas em todo o estado. Em São José dos Pinhais, foram sorteados dez carros zero km para quem doou um quilo de alimento.
Discursos e movimento bem diferente teve o evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), sindicato ligado ao Partido dos Trabalhadores (PT), na Praça Rui Barbosa, em Curitiba.
Com o lema “Não vai ter golpe, vai ter luta”, menos de 100 pessoas acompanharam o ato que clamava palavras de ordem contra Eduardo Cunha, Michel Temer e a todos que são a favor do impeachment - o que classificam como golpe.
Na praça, também estavam pessoas que denunciavam as agressões sofridas por professores no dia 29 de abril de 2015, conhecido como a Batalha do Centro Cívico, em Curitiba. Os manifestantes também se mostraram contrários ao governador Beto Richa.
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