Sem frio, o comércio varejista conta com o Dia dos Pais e nas liquidações de inverno antecipadas para movimentar parte do estoque que ficou encalhado nas prateleiras especialmente nas lojas de roupas, sapatos e acessórios. A expectativa da Federação do Comércio Varejista do Paraná (Fecomércio-PR) é um crescimento entre 5% e 8% nas vendas para a data este ano, em relação ao mesmo período de 2005.
"O ano passado já foi bom e devemos continuar crescendo no mesmo ritmo", estima o economista da Fecomércio-PR, Vamberto Santana. "O mês de julho foi bastante fraco, mas a comemoração pode ajudar. Os lojistas esperavam um frio intenso e aumentaram muito os estoques. Mas já começaram as liquidações para diminuir o prejuízo."
A dona de casa Ivone da Silva ainda não decidiu que presente dará ao pai, mas provavelmente vai optar por roupa. Enquanto isso, ela está atenta aos descontos. "Tem bastante promoção, o que ajuda na decisão." E para Ivone a desvantagem de não poder trocar a peça comprada em promoção não é problema. "Meu pai mora longe, em Friburgo, Santa Catarina. Sempre levo o presente e acerto", garante.
A Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop) espera um aumento similar em média 5% nas vendas do período em relação a 2005 gerado por um aumento de público entre 12% e 15% nos corredores dos shoppings. "A coincidência das vendas promocionais das coleções de inverno deste ano antecipadas pelo atraso do frio com as compras para o Dia dos Pais deve alavancar o volume e a qualidade dos presentes, mas vai ter um impacto menor de crescimento no faturamento", diz o presidente da entidade, Nabil Sahyoun.
Assim como em outras datas promocionais do varejo, peças de vestuário e acessórios estão na lista dos itens mais procurados. Mas muitos telefones celulares e aparelhos eletrônicos também devem ganhar embalagem de presente neste domingo. Por conta na retração do preço de alguns itens destes segmentos, o gerente da Fast Shop, no ParkShopping Barigui, Selestino Kreia Júnior, espera vender entre 20% e 30% a mais que no ano passado. "Um modelo de celular que já custou R$ 1.299 está sendo vendido hoje por R$ 599", diz. "Além disso, estamos trabalhando com uma política de descontos de até 15% para pagamento à vista. Isso deve atrair clientes."
Sem sofrer a influência do inverno quente, Kreia Júnior aposta também na venda de televisores de plasma e LCD. "Apesar do movimento da Copa, muita gente deixou para comprar agora apostando numa queda nos preços." Aposta certeira. Um modelo de 42 polegadas, segundo o gerente, está custando hoje R$ 5.999. Antes da Copa era preciso desembolsar R$ 7.999.
Última hora
O maior movimento de compra de presentes deve mesmo acontecer a partir de amanhã. O proprietário da loja de roupas masculinas San Diego, Rogério João Bittencourt, espera recuperar nestes três dias o desempenho ruim do último mês. "Este ano o lucro do inverno foi zero." Ainda assim, ele acredita que vai ter um Dia dos Pais pior do que no ano passado. "Acho que vamos faturar pelo menos uns 10% a menos", diz. "A situação econômica das pessoas faz com que os presentes fiquem em segundo plano. E quem levaria uma camisa e um cinto, ou uma calça junto, acaba optando só por uma peça."
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast