Neste ano, os presentes dos pais foram escolhidos com muito critério. Na manhã deste sábado (8), véspera do Dia dos Pais, o movimento da Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba, estava igual a de outro sábado normal. Na maioria das vezes, mães com filhos olhavam as vitrines, somente. Sacolas, muito poucas.
Para os vendedores que incitavam os possíveis compradores a entrar nas lojas, o andamento do dia não é surpresa diante da crise econômica pela qual o país passa. Que o diga Saionara Martins, vendedora de uma loja de calçados da rua comercial. “Já tivemos dias melhores. Hoje, não fiz nenhuma venda”, lamenta.
Houve exceções. A pedagoga Joseane Cordeiro Pereira, 42 anos, mãe de três filhos, aguardava sentada no banco da rua com algumas sacolas. O presente do pai e do marido já estavam comprados. A escolha recaiu nas mesmas opções dos anos anteriores, porém o valor investido foi mais alto. “Aproveitei a liquidação, mas mesmo assim gastei 30% a mais”. Para a filha a caçula de 5 anos, essa não é a preocupação do dia, mas sim a música que ensaiou para cantar para o pai no domingo.
Outra mudança nos hábitos familiares é optar por um almoço em casa. Ao todo, a família de Joseane chega a 19 pessoas. “Almoçar em restaurante, nem pensar. Está muito caro”.
Do outro lado da rua, a vendedora Dulce Gonçalves, 38 anos, conversava com o filho animadamente. O presente de um perfume – igual ao de outros anos – está garantido. “Achei que iria encontrar mais caro, mas, por sorte, deu tudo certo.” Assim como a bancária, Elisete Correa, 47 anos. Com duas sacolas, ela lamenta que nesse ano teve que frear os gastos. “É início de mês, e o salário tem que esticar até o dia 30. Não que o pai e o marido não mereçam, mas vão entender.” Nas sacolas, uma camisa polo e um par de chinelos.
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