A exemplo do que ocorreu na média brasileira, o comércio paranaense também "estacionou" em outubro. Mais precisamente, as vendas diminuíram 0,3% em relação a setembro, informou nesta terça-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A série histórica do IBGE mostra que a tendência de estabilidade começou a se desenhar mais cedo, em meados do ano. No Paraná e no conjunto dos estados, o desempenho do varejo variou menos de 1% por três meses consecutivos - ou seja, de julho a outubro, o setor quase não saiu do lugar.
Essa estabilidade não é de todo ruim, pois se dá em um alto patamar de vendas. No caso do Paraná, o faturamento real dos lojistas neste ano aumentou 5,9% em relação ao período janeiro-outubro de 2010, pouco abaixo do avanço da média brasileira (6,7%).
Quando se considera o varejo "ampliado" - classificação do IBGE que, além dos oito segmentos do comércio "restrito", contabiliza também as vendas de veículos e material de construção -, a alta acumulada neste ano é ainda mais forte, de 7,3% no Brasil e 8,9% no Paraná.
Embora as taxas de expansão dos índices gerais do comércio paranaense sejam bastante positivas, há discrepâncias entre os segmentos. Três das dez atividades monitoradas estão vendendo menos neste ano: o comércio de livros, jornais, revistas e papelarias recuou 2,4% de janeiro a outubro; as vendas de tecidos, calçados e vestuário diminuíram 3%; e as de combustíveis e lubrificantes, 4,3%.
No outro extremo, quatro segmentos estão crescendo mais de 10%: material de construção, com alta de 11,7%; veículos (12,7%); móveis e eletrodomésticos (16,2%); e artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria (16,5%).
O IBGE aponta razões para os desempenhos de algumas dessas atividades. As lojas de material de construção, diz o instituto, têm se beneficiado da expansão dos financiamentos ao setor imobiliário. O varejo de móveis e eletrodomésticos cresce em razão da manutenção do crédito, do barateamento de eletroeletrônicos e do aumento da massa de rendimentos da população. Por outro lado, reajustes de preços prejudicaram as vendas de vestuário e combustíveis.