O volume comercializado e a receita obtida pelo varejo paranaense em março ficaram pouco abaixo da média nacional na Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com exceção dos setores de supermercados, combustíveis, papelaria e material de escritório e informática. No total dos setores, o volume de vendas no estado cresceu 10,4% em relação a março de 2006, ante 11,5% do país. Já a receita, que desconta a inflação do período, cresceu 10,3% no Paraná, ante 11,6% no cenário nacional.
O economista do IBGE Reinaldo Pereira enxerga nos números um reflexo de condições favoráveis da economia, tanto na nacional quanto na estadual, e tendência de crescimento. Ele acredita que o Paraná ficou abaixo da média nacional por questões metodológicas: a variação do volume de vendas no item móveis e eletrodomésticos, por exemplo, foi pequena (2,5%), e tem peso importante na pesquisa. No Brasil, o setor vendeu 18% a mais.
"Por outro lado há um reflexo da recuperação da agricultura no item hipermercados, que tem grande sensibilidade a elevações de renda", diz. O setor supermercadista cresceu 11,2% em março no estado, ante 9,3% no país.
O presidente da Associação Paranaense de Supermercados, Everton Muffato, concorda que o segmento se encontra em recuperação no Paraná desde o início do ano e espera alta de faturamento em 2007 de até 5%. Em 2006, ele foi de R$ 7,7 bilhões.
Outro setor que sofreu impulso nas vendas de março no Paraná foi o de combustíveis: o volume cresceu 20%. A receita teve incremento de 7,5%, ante valores nacionais de 7% e 0,4%, respectivamente. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná, Roberto Fregonese, a diferença se deve a uma operação policial deflagrada naquele mês. Nomeada "Medusa", foi responsável por prisões e a regularização de estabelecimentos que estariam sonegando impostos. "Agora as vendas que antes ficavam escondidas das estatísticas começaram a aparecer e inflaram a pesquisa. O governo trabalhará a partir de agora com números mais reais", diz Fregonese.
Um segundo motivo para a alta nas vendas em março foi o início das compras de combustível para máquinas agrícolas, comércio de grande volume no estado.
O setor que apresentou o pior resultado em março foi o de artigos farmacêuticos, de saúde, perfume e cosméticos, cujas vendas caíram 0,3% em volume, apesar da receita 5% maior.
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