As vendas do comércio varejista do Paraná cresceram 6,84% no mês de agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, esse avanço ligeiramente superior ao registrado no comércio de todo o Brasil (6,27%) não foi suficiente para melhorar a situação do estado no ranking nacional em 2006.
No acumulado de janeiro a agosto, o varejo paranaense avançou apenas 1,56%, desempenho muito inferior ao da média nacional (5,3%) e um dos piores entre os 27 estados do país. Apenas dois estão abaixo do Paraná em 2006: Rio Grande do Sul, com queda de 0,74%, e Mato Grosso, com recuo de 10,52% no acumulado do ano. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De julho para agosto, o comércio varejista nacional cresceu 2,32%, segundo o instituto. As quatro principais atividades registraram crescimento nesse período: móveis e eletrodomésticos (7,7%); tecidos, vestuário e calçados (3,63%); combustíveis e lubrificantes (3,41%) e supermercados e lojas de alimentos e bebidas (0,68%). O IBGE não divulgou a variação das vendas entre julho e agosto por estado.
Base discreta
O aspecto mais preocupante do varejo paranaense é que seu baixo crescimento ao longo de 2006 se dá sobre uma base de comparação muito fraca, uma vez que os resultados de 2005 já haviam sido bastante modestos. O motivo este ano é basicamente o mesmo: a crise na agricultura. "Os problemas do campo vêm se refletindo sobre o varejo. Por mais que a agricultura não tenha impacto tão forte em Curitiba, o mau desempenho no interior do estado acaba puxando a média para baixo", explica o professor Christian Luiz da Silva, diretor do núcleo de pesquisas da UniFAE.
No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o comércio paranaense apresenta desempenho inferior à média nacional em seis dos dez segmentos pesquisados pelo IBGE. No caso dos combustíveis e lubrificantes, por exemplo, a queda das vendas no Paraná (de 17,16%) é muito superior à verificada nos postos de todo o país (-9,59%). O setor de supermercados e lojas de alimentos e bebidas, que no Brasil apresentou crescimento de 7,23% nas vendas nos oito primeiros meses do ano, avançou somente 3,68% no Paraná no mesmo período.
Para o superintendente da Associação Paranaense dos Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, o crescimento do poder aquisitivo em estados do Nordeste que puxaram a média nacional para cima e a grande concorrência no Paraná podem ter influenciado. "Na região metropolitana de Curitiba, existe um hipermercado para cada 130 mil habitantes. Na Grande Porto Alegre, é um para cada 260 mil pessoas."
Outro dado negativo, mas que causou grande estranhamento, foi o das lojas de materiais para construção: de janeiro a agosto, esse segmento cresceu 2,54% no Brasil, mas recuou quase 13% no Paraná. "É um número muito estranho. Os lojistas têm reportado aumentos discretos, de 2% ou 3% ano, mas nenhum fala em queda tão expressiva", diz Rogério César Martini, presidente da Acomac, associação que reúne os comerciantes do setor na Grande Curitiba.
Congresso mantém queda de braço com STF e ameaça pacote do governo
Deputados contestam Lewandowski e lançam frente pela liberdade de expressão
Marcel van Hattem desafia: Polícia Federal não o prendeu por falta de coragem? Assista ao Sem Rodeios
Moraes proíbe entrega de dados de prontuários de aborto ao Cremesp
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast