O aumento do desemprego e a perda de renda real dos consumidores fizeram com que as vendas no varejo ficassem praticamente estáveis em junho, com leve alta de 0,1%, de acordo com dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (9).
O resultado, porém, veio melhor que o centro das expectativas dos economistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que esperavam queda de 0,4% na comparação com maio.
Em relação a junho do ano passado, a queda é de 5,3% – a previsão da Bloomberg era de recuo de 6,2%. No ano, o varejo acumula queda de 7%, enquanto em 12 meses a retração é de 6,7%.
O dado de junho indica que o comércio tenta esboçar uma recuperação, após cair 1% em maio afetado pela queda no número dos trabalhadores com carteira assinada, pela diminuição da renda do trabalhador e pelo aumento dos juros no crédito às famílias.
Setores
O resultado de junho foi influenciado pela relativa estabilidade na comparação com maio de setores como combustíveis (-0,1%), móveis e eletrodomésticos (-0,1%) e artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria (-0,2%).
Houve aumento de vendas de tecidos, vestuário e calçados (0,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,8%). Os setores foram beneficiados por feriados de junho -como festas juninas e Dia dos Namorados. Livros, jornais, revistas e papelaria tiveram crescimento de 0,6%.
Por outro lado, o comércio foi negativamente pressionado pelo item hipermercados e supermercados, produtos alimentícios e bebidas, que recuou 0,4% em junho. Já equipamentos e material para escritório, informática e comunicação teve queda de 3,6%.
A receita nominal de vendas do varejo cresceu 0,9% em relação a maio e avançou 6% na comparação com junho de 2015, mesmo com a quase estabilidade das vendas.
O indicador de comércio ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, teve queda de 0,2% na comparação com maio, reflexo da retração de 1,3% do segmento automotivo.