A comemoração do Dia das Mães, no dia 10 de maio, vai ser um grande teste para o comércio varejista. Será a primeira grande data comemorativa sob o impacto real da crise econômica mundial que estourou em setembro uma vez que as vendas do Natal vinham embaladas com um ano bastante positivo para o varejo. As expectativas, no entanto, são bastante otimistas. A Associação Comercial do Paraná (ACP) espera um aumento superior a 8% nas vendas, se comparado aos números do ano passado. Nos shoppings centers o clima de otimismo é ainda maior: há quem aposte em vendas até 30% maiores.
"Além de brindes e novos produtos, nossas pesquisas mostram que 58,5% das lojas vão oferecer descontos para pagamento à vista. E isso, sem dúvida, é um chamariz para vendas", diz o vice-presidente da ACP, Jean Michel Galiano. "Também houve um impacto positivo com a redução do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] na minirreforma tributária no estado, que levou muita gente de volta às compras."
A gerente da loja Scarpinni Calçados da Rua XV de Novembro, Vivi Mota, confirma a expectativa e diz que não viu a crise entrar na loja. Ela aposta em vendas até 10% superiores neste Dia das Mães, na comparação com o ano passado.
O economista Wilhelm Meiners, professor de macroeconomia da Universidade Positivo, no entanto, vê a data com mais cautela, e acredita que este deve ser o Dia das Mães das "lembrancinhas", com presentes mais baratos do que os de outros anos. "Parte da população ficou desempregada e quem trabalha por comissão está vendo seus rendimentos caírem. Além disso, o crédito está mais difícil e mais caro", diz o professor. Para Meiners, nem mesmo a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a chamada linha branca será suficiente para alavancar as vendas de maneira expressiva neste início de maio.
Perfumes
Os números da ACP, com base em sondagem do instituto Datacenso, mostram que o consumidor pretende gastar, em média, R$ 127 este ano com o presente do Dia das Mães. Entre as escolhas mais citadas estão os perfumes preferência de 41% dos consumidores ouvidos , roupas (28%) e flores (15,6%). Quase 53% dos consumidores, mostra a sondagem da ACP, esperam gastar este ano mais do que em 2008. A estudante Waléria Camargo, de 22 anos, está neste time. Como agora está fazendo estágio e o dinheiro do presente não sai mais do bolso da mãe , ela diz que vai gastar mais neste ano. "Vou gastar até uns R$ 150. Acho que vou comprar alguma roupa, uma blusinha ou um vestido."
A enfermeira Debora Regina Sabino, no entanto, diz que não pretende gastar mais de R$ 50. "Como a crise está feia, é bom ter cuidado para não fazer um gasto excessivo. Vou comprar algum perfume ou uma flor, porque sei que ela gosta", diz.
Colaborou Melanie Zettel