Por 17 votos a 4, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a liberação comercial da primeira variedade de milho transgênico: o Libertlink, desenvolvido pela multinacional Bayer e resistente ao herbicida glufozinato de amônio, utilizado na pulverização para combater ervas daninhas.
É o terceiro vegetal geneticamente modificado liberado para plantio e comercialização no Brasil, depois da soja RR (Roundup Ready), resistente ao herbicida à base de glifosato, e do algodão resistente a insetos.
De acordo com a CTNBio, o plantio do milho transgênico será acompanhado de um plano de monitoramento. Segundo o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e membro da Comissão, Paulo Barroso, o Libertlink não traz nenhum malefício ambiental superior ao que já existe com o plantio convencional e o uso de herbicidas. "O milho transgênico traz ganhos econômicos diminuindo custos de produção", afirma.
Segundo Barroso, a Bayer desenvolveu pesquisas nos Estados Unidos e testes de campo no Brasil, inclusive de biossegurança. O pedido de liberação comercial corria na CTNBio desde 1998. "Os milhos transgênicos são utilizados em grande escala em outros países. É provável que parte dos agricultores adotem esse vegetal, que vai facilitar o manejo de plantas daninhas", avalia.
Entidades da área ambiental, como o Greenpeace, criticaram a liberação. Alegam que o vegetal vai trazer transtornos ao solo e impactos toxicológicos aos animais. Os ambientalistas, segundo a direção da CTNBio, podem recorrer da decisão no Conselho de Ministros ou no Conselho Nacional de Biossegurança.
A CTNBio é um colegiado multidisciplinar, criado com a finalidade de prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao governo federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança. Tem a função, ainda, de estabelecer normas técnicas de segurança e pareceres técnicos conclusivos referentes à proteção da saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente.
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