O presidente da Comissão Europeia, Jose Manuel Barroso, tenta obter apoio para um novo instrumento que permita à zona do euro (que reúne os 16 países que adotam o euro como moeda) ajudar a Grécia. A informação foi dada hoje pela porta-voz da Comissão, Pia Ahrenkilde Hansen.
Na semana passada, Barroso pediu aos governos da União Europeia que aprovassem uma linha de ajuda que pudesse ser utilizada para resolver os problemas da Grécia com a dívida. Mas a chanceler alemã, Angela Merkel, não apoiou a ideia.
Pia afirmou que falsas expectativas não devem ser criadas em relação à aprovação de uma ajuda à Grécia na reunião de cúpula do Conselho Europeu da quinta-feira e da sexta-feira em Bruxelas. Mas afirmou que Barroso tem mantido contato regularmente com Merkel, defendendo a criação de um novo instrumento durante o encontro de cúpula desta semana. "A maior parte de seus esforços está concentrada em conseguir um instrumento do tipo que estivemos conversando", afirmou a porta-voz.
Paralelamente, a presidência espanhola da União Europeia afirmou que irá pressionar o bloco para fechar uma ajuda financeira para a Grécia, apesar da resistência alemã. "A presidência espanhola trabalhará nessa direção", disse o ministro das Relações Exteriores da Espanha, Miguel Angel Moratinos.
Também o vice-primeiro-ministro da Grécia, Theodore Pangalos, pediu aos líderes europeus que apresentem um pacote crível para deter a especulação contra os bônus gregos na reunião do Conselho Europeu. Em conferência realizada hoje, Pangalos disse que o futuro da União Europeia está em questão e advertiu que se os líderes europeus falharem em enfrentar o problema, irão ferir a integridade da zona do euro.
"Se não houver instrumento, nenhuma arma sobre a mesa, se os especulares não ficarem preocupados com a possibilidade de perderem, então o euro não tem significado", disse Pangalos. "Se isso acontecer, o objetivo da unificação europeia será adiado por muitas décadas."